terça-feira, 6 de março de 2012

ESPECIAL COPOM: Inflação segue comportada este ano, mas preocupa em 2013


    São Paulo, 6 de março de 2012 - Os indicadores de inflação tem, até o 
momento, apontado para preços mais comportados este ano do que no ano passado, 
colaborando para o cenário defendido pelo Banco Central (BC), de que o ambiente
externo traria uma pressão desinflacionária e abriria espaço para uma taxa 
básica de juros (Selic) mais baixa. Porém, o BC ainda não convenceu o mercado
financeiro de que a inflação convergirá para a meta e seguirá mais baixa em
 2013.


   O Boletim Focus, por exemplo, tem mostrado elevação das expectativas de 
inflação para 2013, quando a atividade econômica deve entrar o ano já mais 
forte. No Focus desta semana, a expectativa para o Indice Nacional de Preços 
ao Consumidor Amplo (IPCA) para o final de 2013 subiu de 5,11% para 5,20%. Já a
expectativa para 12 meses caiu, de 5,28%, ante os 5,31% da projeção passada. 
A estimativa para o final de 2012, por sua vez, manteve-se em de 5,24%.

   Para Eduardo Yuki, economista-chefe do BNP Asset Management, o IPCA este ano
deve ter alta de 5%. Anteriormente, yuki chegou a projetar alta de 5,8%. 
"Devemos ter inflação de 5%, acho que pode ser até um pouco mais baixo que 
isso, primeiro pelo desaquecimento da atividade no segundo semestre do ano 
passado e também pela queda dos preços de commodities também no final do ano 
passado", afirmou.

   A economista Tatiana Pinheiro, do banco Santander, também acredita que os 
preços estão mais comportados e que o BC deve continuar usando como 
justificativa para a redução da Selic um impacto do cenário externo. A 
previsão do Santander, assim como do BNP, é de uma queda de 0,5 ponto 
percentual da taxa de juros na reunião do Comite de Política Monetária 
(Copom) que começa amanhã.

   "A justificativa para o ciclo de afrouxamento é a certeza do cenário 
internacional sobre a evolução da demanda privada brasileira. Em agosto, o BC 
já acreditava que a desaceleração econômica levaria a um efeito 
desinflacionário e esse diagnóstico deve permanecer", acredita a economista, 
que explica que mesmo com uma volatilidade mais baixa no mercado internacional, 
a expectativa de crescimento econômico ainda continua bastante negativa.

   Para Tatiana, os preços, no entanto, estão mais baixos não só em 
função do cenário externo favorável. "Devemos ter um choque favorável em 
itens administrados, o que não tem nada a ver com política monetária, está 
prevista uma revisão tarifária em cidades importantes, que deve levar a uma 
deflação em energia elétrica, além disso, devemos ter um desempenho 
climático favorável", afirmou. 

   A sua previsão, assim como a de Yuki é que o IPCA fique em 5% em 2012. A 
estimativa foi revisada para baixo em fevereiro, sendo que anteriormente o 
Santander esperava inflação de 5,5%.

   Porém, para 2013 a economista prevê a saída de pressões 
desinflacionarias e que a inflação deve voltar a subir e ficar novamente perto
do teto da meta, atingindo os 6%. "O ano eleitoral terá acabado, assim como a
revisão tarifária, o clima é uma incógnita, mas pode ter uma pressão em 
alimentação", acredita. Além desses fatores, lembra que a economia já deve 
estar mais aquecida. 

   O economista-chefe da Concórdia Corretora, Flávio Combat, é outro que já
prevê uma aceleração da inflação em 2013, com a atividade mais forte a 
partir do segundo semestre deste ano e com um mercado de trabalho também mais 
aquecido. Além disso, acredita que o cenário externo já pode estar melhor, 
sendo a China não deve ter uma grande desaceleração econômica.

   "Para saber como vão ficar os preços de commodities, por exemplo, temos 
que ver como vai ficar a China. Os preços de commodities continuram em 
patamares elevados, mesmo com um efeito desinflacionário, com o mundo crescendo
menos. Além disso, pode ocorrer uma retomada dos Estados Unidos e um maior 
crescimento da China", lembra.

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