terça-feira, 4 de setembro de 2012

PORTUGAL: Ano de 2012 será para posicionar país para o futuro, diz ministro


   São Paulo, 4 de setembro de 2012 - O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, reconheceu hoje, em evento realizado em São Paulo, que este ano não será de crescimento para o seu país, mas afirmou que "o pior"dele - a sua primeira metade - já passou, e agora é o momento de realizar reformas para posicionar a economia para o futuro. 
   "Vamos aproveitar 2012 para fazer as reformas necessárias. Porque quando o bom momento da economia internacional retornar, o barco português estará pronto para aproveitá-lo", disse o ministro em evento organizado pelo periódico português Expresso e pela Câmara
Portuguesa. "Quanto mais depressa cumprirmos o que precisamos, mais rapidamente reconquistaremos nossa independência".

   Ele defendeu as medidas de ajustes tomadas pelo governo do primeiro-ministro
Pedro Passos Coelho, que incluíram cortes nos gastos públicos e
privatização das empresas de energia REN e Energias de Portugal (EDP). "Não
tem outro jeito", afirmou. "Não podemos andar com hesitações".

   Os resultados destas decisões, afirmou, levaram a uma redução do déficit
público, que antes estava em 10%, e a arrecadação de 65% a mais com a venda
das empresas estatais.

   Portas reconheceu que Portugal ainda possui problemas com o elevado nível
de desemprego e atração de investimentos para o setor privado. Assim, ele
disse que é preciso realizar uma série de reformas.

   No lado trabalhista, o ministro acredita que é necessário o fim de leis
que inibem o investimento e mudanças que permitam maior mobilidade social. Ele
também advogou pelo fim de leis protecionistas em determinados mercados, uma
legislação para empresas que não as deixem "presas em um ambiente
burocrático" e reformas na previdência, para levar em conta o crescimento
português e a mudança demográfica, com as pessoas vivendo mais.

   "Estas reformas são essenciais, e constituem um eixo de transformação
que deve independer do governo [que está no poder]", declarou Portas.

   Em relação ao comércio exterior, tema principal do evento, ele afirmou
que o governo está conseguindo, com êxito, mudar o motor da economia
portuguesa para as exportações, principalmente para mercados fora da zona do
euro. De acordo com dados apresentados por ele, as vendas ao exterior subiram 9%
no primeiro semestre. "Nós somos europeus na moeda e na cultura, mas
economicamente somos mais que isto", disse.

   Especificamente a respeito da relação bilateral com o Brasil, Portas disse
que o País é o décimo maior cliente de Portugal, mas demonstrou
descontentamento com este cenário. "Seria pouca ambição e audácia
aceitarmos o que temos atualmente."

   Ele cobrou uma maior abertura do mercado brasileiro para produtos
portugueses, citando alguns problemas enfrentados pelos empresários do setor de
vindo e de azeite de seu país. Portas também criticou as tarifas aduaneiras
do Mercado Comum do Sul (Mercosul), por provocar bitributação.

   Ainda a respeito da relação bilateral com o Brasil, o ministro afirmou que
está trabalhando com o ministro da Educação Aloísio Mercadante para
avançar no processo de validação dos diplomas de engenheiros portugueses no
Brasil, dizendo que os profissionais serão muito importantes para as obras de
infraestrutura que o País está conduzindo.

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