quarta-feira, 17 de abril de 2013

Brasil abre 112.450 empregos formais em março--Caged


BRASÍLIA, 17 Abr (Reuters) - O mercado de trabalho abriu 112.450 vagas formais em março no Brasil, praticamente em linha com o esperado pelo mercado, mas o desempenho não foi suficiente para conter a forte queda de 31 por cento do emprego no primeiro trimestre, no pior desempenho em quatro anos.

O Ministério do Trabalhou informou nesta quinta-feira que entre janeiro e março, o saldo líquido de vagas foi de 306 mil ante 442,6 mil apurado em igual período do ano passado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
De acordo com o ministério, o recuo expressivo do emprego nos três primeiros meses de 2013 decorreu do baixo resultado de apenas 53 mil postos em janeiro. Em março as admissões somaram 1.849.148, enquanto os desligamentos foram 1.736.698.
A geração de vagas no mês passado, a melhor dos últimos três anos para meses de março, foi inferior aos 123.446 empregos gerados em fevereiro e pouco acima das 111.746 vagas abertas em março de 2012, nos dados sem ajustes.
Pesquisa da Reuters feita com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 110 mil vagas.
A oferta de postos foi puxada pelo setor serviços, com abertura líquida de 61.349 vagas. A indústria da transformação mostrou contratação líquida de 25.790 trabalhadores, uma performance bem melhor ante o fechamento de 5 mil vagas em março de 2012. E construção civil admitiu 19.709 operários. Já o setor da agricultura fechou 4.434 vagas.
Ao comentar os dados, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que o avanço do emprego no setor serviços, que influenciou o resultado de março, foi beneficiado pelo aumento da massa salarial, que está alimentando a demanda do setor.
Ele também argumentou que as contratações na indústria são um sinal de recuperação do setor, e explicou que a seca no Nordeste e a entressafra influenciaram os dados negativos do emprego na agricultura.
Questionado sobre se uma eventual elevação na taxa básica de juros pode restringir as contratações de trabalhadores, o ministro procurou mostrar otimismo, dizendo que, na sua avaliação, se a alta da Selic ocorrer, "não afetará a geração de novos empregos porque a economia não irá parar".
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define nesta quarta-feira o nível do juro básico e a expectativa do mercado é de que eleve a Selic da atual mínima histórica de 7,25 por cento ao ano.
O Ministério do Trabalho informou que o salário médio de admissão do trabalhador teve alta real de 1,71 por cento no primeiro trimestre frente a igual período de 2012, com o valor chegando a 1.079,92 reais. A alta decorreu da maior valorização dos salários nas regiões sul e centro-oeste.
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego do país estava em 5,6 por cento em fevereiro, nível mais baixo para o mês desde o início da série em 2002.
(Reportagem de Luciana Otoni)

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