quinta-feira, 18 de abril de 2013

Produção de minério de ferro da Vale cai; metais básicos sobem


Por Roberto Samora
SÃO PAULO, 17 Abr (Reuters) - A produção de minério de ferro da Vale, maior produtora global da commodity, somou 67,53 milhões de toneladas no primeiro trimestre, uma queda de 3,5 por cento na comparação com igual período de 2012 e também uma baixa de 21 por cento ante o último trimestre do ano passado.
A redução na produção na comparação com os primeiros três meses de 2012 ocorreu devido a "restrições relacionadas à licenças e outras questões operacionais", enquanto a queda ante o último período do ano passado se deu em meio a chuvas, que normalmente afetam a operação no começo do ano.
Apesar da queda na produção, a Vale informou que manteve a previsão de produzir 306 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano (excluindo a produção da Samarco, joint venture com a BHP Billiton).
"Devido à sazonalidade, o primeiro trimestre é o mais fraco do ano, dado que as operações são afetadas pela temporada de chuvas no hemisfério Sul, o que causa impactos negativos particularmente sobre a produção de minério de ferro, manganês e cobre (Brasil) e carvão (Austrália e Moçambique)", disse a Vale em relatório, acrescentando que o clima no Brasil se comportou de acordo com o padrão sazonal, mas as precipitações foram intensas nas áreas costeiras.
Isso ampliou os desafios para as operações nos terminais marítimos --Ponta da Madeira, Tubarão, Ilha Guaíba e Itaguaí, acrescentou a Vale.
Enquanto a produção de minério da Vale caiu, a extração trimestral de suas principais concorrentes, as australianas Rio Tinto e BHP, subiu cerca de 6 por cento.
A ação preferencial da Vale fechou nesta quarta-feira com alta de 0,68 por cento, a 30,99 reais, após ter atingido na mínima da sessão 29,68 reais, o valor mais baixo desde outubro de 2009, sofrendo impacto do crescimento menor da China, o principal mercado para o minério de ferro da brasileira.
PROBLEMAS OPERACIONAIS
A Vale produziu 21,6 milhões de toneladas de minério de ferro em Carajás (PA), a maior mina da companhia, 0,5 por cento abaixo do mesmo período do ano passado. "Apesar da operação da mina N5 Sul, um ativo de classe mundial, alguns problemas operacionais que restringiram a produção", explicou a companhia sobre a situação na região.
Entre as unidades de minério de ferro, uma das quedas mais acentuadas foi registrada em Itabira (MG), que produziu 6,78 milhões de toneladas, baixa de 16,8 por cento na comparação anual, em meio à extração de um minério de baixo teor. "Esse problema será resolvido quando Conceição Itabiritos entrar em operação este ano, pois a entrada em operação de dois novos britadores permitirá que o britador antigo seja transferido para uma seção da mina com minério de melhor qualidade."
Já a produção de pelotas alcançou 11,7 milhões de toneladas, queda de 11,7 por cento ante o mesmo período do ano passado, "refletindo o fechamento de Tubarão I e II e São Luís para acomodar a fraca demanda global por pelotas de alto forno".
A produção de carvão no primeiro trimestre somou 1,8 milhão de toneladas, um recorde para um primeiro trimestre, "principalmente devido ao desempenho das operações australianas, particularmente Carborough Downs (CD)", que mais do que compensou a situação em Moatize (Moçambique), onde a extração caiu de forma acentuada em função de fortes chuvas.
A produção de carvão metalúrgico também foi recorde para um primeiro trimestre, somando 1,37 milhão de toneladas (alta de 21,9 por cento na comparação anual) e a produção de carvão térmico somou 379 mil toneladas (crescimento de 1 por cento na comparação anual), a mais alta desde o primeiro trimestre de 2009.
FORÇA DOS METAIS BÁSICOS
A Vale informou ainda que a produção de níquel no primeiro trimestre foi de 65 mil toneladas, alta de 1,7 por cento ante o quarto trimestre e de 3 por cento sobre o mesmo período do ano passado --foi o melhor primeiro trimestre desde 2009.
"Melhorias na confiabilidade das operações no Canadá e o ramp-up de VNC mais que compensaram o efeito da perda de produção de Onça Puma e o fechamento para manutenção de um forno em Sorowako", explicou a Vale, segunda produtora global de níquel do mundo.
A produção de metais básicos, entre os quais se inclui o níquel e o cobre, teve "forte desempenho operacional", afirmou a Vale.
A produção de cobre, que subiu 22,8 por cento na comparação anual, para 90 mil toneladas, registrou nível recorde, assim como a de cobalto.
Apesar da temporada de chuvas no Brasil, a produção de cobre em concentrado na mina de Sossego, em Carajás, totalizou 27,7 mil toneladas, o melhor primeiro trimestre desde 2009. A produção da commodity em algumas minas do Canadá também cresceu.
(Com reportagem de Fabíola Gomes)

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