quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CRISE POLÍTICA NA ITÁLIA E GRÉCIA SEGUE NO FOCO DOS MERCADOS GLOBAIS


 CRISE POLÍTICA NA ITÁLIA E GRÉCIA SEGUE NO FOCO DOS MERCADOS GLOBAIS
Londres, 9 - A instabilidade política na Itália e na Grécia segue no foco dos mercados internacionais. Assim como a queda de George Papandreou, a promessa de renúncia de Silvio Berlusconi está sendo bem recebida pelos investidores. Entretanto, as incertezas permanecem e os dois países têm um longo período de dificuldades pela frente.

O primeiro-ministro italiano se comprometeu a deixar o poder depois que as medidas de austeridade fiscal acertadas com a União Europeia forem aprovadas pelo Parlamento. Se ele efetivamente cumprir o prometido, serão abertas algumas possibilidades: a escolha de um novo líder de seu partido para governar o país, a convocação de novas eleições (Berlusconi concorreria?) ou a formação de um governo de coalizão "tecnocrata" para tocar as reformas fiscais.

Na visão dos investidores, o terceiro cenário seria o mais favorável. A questão é saber se haverá apoio popular e legitimidade para tal definição. Além disso, Atenas está mostrando como é difícil montar um governo de união nacional no meio da fogueira.

"Poucos querem arriscar seu capital político ao serem associados à austeridade", diz Adrian Foster, analista do Rabobank. "A Itália possui histórico de coalizões instáveis e teve, em média, um governo diferente por ano desde a Segunda Guerra Mundial, é um feito histórico."

Os investidores também acompanham a possibilidade de a London Clearing House (LHC) elevar as margens para a negociação dos títulos italianos, que operam perto do yield fatídico de 7% - número que levou a Grécia, Portugal e Irlanda ao socorro externo.

Portanto, depois da comemoração em curso, há espaço para desilusões nos mercados. Até porque a indefinição segue presente em Atenas e, ao contrário do esperado, ainda não saiu o nome do novo primeiro-ministro.

No mundo da economia, a inflação desacelera também na China, em mais uma indicação de esfriamento econômico global. O índice ao consumidor subiu 5,5% em outubro (anual), abaixo de setembro (+6,1%), enquanto o índice ao produtor teve alta de 5,0%, de 6,5% no mês
anterior. "Isso pode abrir a porta para um desaperto moderado, já que a inflação deve esfriar mais nos próximos meses", prevê Anders Lumholtz, analista do Danske Bank.

Os analistas ainda não falam em cortes de juros na potência asiática, mas sim em outras medidas capazes de iniciar um alívio monetário, como a redução do compulsório.

As bolsas europeias iniciam o dia em alta. Às 6h08 (de Brasília), o índice FTSE da Bolsa de Londres subia 0,3%; o CAC, de Paris, ganhava 0,6%, e o DAX, de Frankfurt avançava 1%.

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