domingo, 15 de abril de 2012

China reforma iuan e dá mais liberdade à moeda


PEQUIM, 14 Abr (Reuters) - A China deu neste sábado um passo histórico para tornar o iuan uma divisa global, dobrando sua variação em relação ao dólar e realizando uma reforma crucial que vai liberalizar ainda mais seu jovem mercado financeiro.

O Banco Popular da China afirmou que permitirá que o iuan valorize ou desvalorize 1 por cento todos os dias, a partir de segunda-feira. O limite passado era de 0,5 por cento.
A medida mostra que Pequim acredita que o iuan está perto de seu nível de equilíbrio e que a economia chinesa, embora em desaceleração, é robusta o suficiente para aceitar importantes reformas estruturais, disseram especialistas.
"O banco central escolheu uma boa hora para aumentar sua variação monetária. A expectativa do mercado de um iuan forte está enfraquecendo", afirmou Dong Xian'an, economista-chefe da Peking First Advisory, em Pequim.
Investidores esperavam que a China aumentasse o limite de variação do iuan neste ano, graças a repetidas pistas dadas por Pequim de que essa mudança deixaria o país a um passo mais de atingir sua meta financeira: um iuan conversível até 2015.
Ter uma moeda que é usada com poucas restrições também eleva o status de Xangai como centro financeiro. A China quer transformar a cidade em um centro bancário mundial até 2020.
Em pequeno comunicado em seu website, o Banco Popular da China disse: "Neste momento, o desenvolvimento do mercado de câmbio da China está amadurecendo, a habilidade do mercado de precificar independentemente e controlar riscos está crescendo diariamente".
A meta final do governo é de que o iuan comece a rivalizar com o dólar como moeda de reserva mundial.
O iuan, também conhecido como "dinheiro do povo", atingiu um recorde de alta a 6,2884 em relação ao dólar no dia 10 de fevereiro, mas mudou pouco no ano, enfraquecendo 0,14 por cento desde janeiro.
"O iuan está próximo de um equilíbrio. Esperamos que ganhe apenas 1,4 por cento em relação ao dólar neste ano", afirmou Lan Shen, economista do Standard Chartered Bank, em Xangai.
O valor do iuan sempre foi ponto de discussão entre a China e seus parceiros comerciais, principalmente os Estados Unidos, que alegam que o país asiático suprime a moeda para aumentar as exportações. A China rejeita tal acusação.
A última vez que o país modificou sua política monetária foi em junho de 2010.
(Reportagem de Koh Gui Qing, com reportagem adicional de Fang Yan, Kevin Yao e Aileen Wang em Pequim, e Doug Palmer em Washington)

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