São Paulo, 21 de agosto de 2012 - Em um dia sem divulgação de dados
relevantes, investidores estarão atentos aos desenrolar das negociações na
Europa em torno das medidas de ajuda aos países em crise na região. Para o
economista-chefe de CM Capital Markerts, Darwin Dibs, a possível extensão do
prazo para a Grécia cumprir as metas de austeridade fiscal e as medidas do
Banco Central Europeu (BCE) para conter a alta dos juros de títulos soberanos
guiarão os investidores. "As declarações dos líderes europeus devem ainda
manter o tom de otimismo e ajudar a alta das bolsas", destaca.
O Ibovespa apontava para abertura em alta. Há pouco, o contrato futuro do
índice, com vencimento em outubro, subia 0,67%, aos 60.365 pontos. Para Dib,
"o cenário interno não deve ter grandes novidades e será guiado pelas
expectativas positivas de negociações na Europa". Dib acredita que a bolsa
brasileira deve operar no campo positivo, porém, sem grande volume de
negociações, refletindo ainda a cautela dos investidores.
Hoje, um dos representantes da Alemanha no conselho BCE, Jörg Asmussen
disse, em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Rundschau, que a
preservação do euro por meio de compras de títulos respeita o mandato da
instituição de garantir a estabilidade dos preços, pois "uma moeda só pode
ser estável se sua existência futura não for questionada", afirmou. A
declaração é mais um sinal de enfraquecimento na oposição da Alemanha, em
relação de mais compras de títulos soberanos da zona do euro pela
instituição e ajudou a diminuir os juros projetados pelos papéis da Espanha e
da Itália no mercado secundário de dívida.
Para Dibens, além das declarações sobre a compra de títulos, a
sinalização de Merkel em relação ao prazo maior para a Grécia cumprir a
política de austeridade também deve diminuir a tensão política do bloco e
aumentar o apetite de risco dos investidores.
Contribuindo para o clima de otimismo, o governo da Espanha vendeu 4,515
bilhões de euros em títulos com vencimento entre 12 e 18 meses num leilão,
oferecendo aos investidores taxas de yields menores do que as observadas em
operações anteriores ocorridas em julho. A alta nos yields de títulos
soberanos na Espanha e na Itália tem sido uma das principais preocupações de
investidores, pois eles sinalizam a liquidez dessas economias e a
sustentabilidade do gerenciamento da dívida. Segundo o analista Michael Hewson,
da CMC Markets UK, a queda nos yields era esperada, visto que a Espanha tem
sido beneficiada pelos rumores sobre uma potencial intervenção do Banco
Central Europeu (BCE) no mercado de dívida soberana.
Mercados Internacionais
Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em alta nesta manhã.
O S&P 500, com vencimento em setembro, subia 0,34%, aos 1.419,60 pontos, o
Nasdaq 100, com vencimento também para setembro, operava em alta de 0,26%, aos
2.793,50 pontos, e o Dow Jones, com vencimento para o mesmo mês tinha ganhos de
0,26%, aos 13.264,00.
Na Europa, a maioria das principais bolsas opera em campo positivo. O
CAC-40, de Paris, subia 0,55%, aos 3.499,59 pontos, e o DAX, de Frankfurt,
apresentava ganhos de 0,40%, aos 7.062,01pontos. O FTSE 100, principal índice
da bolsa de Londres, avançava 0,22%, aos 5.836,91 pontos.
No Japão, o índice Nikkei-225, da Bolsa de Tóquio, fechou em baixa de
0,16%, aos 9.156,92 pontos. Na Coreia do Sul, o índice Kospi, da bolsa de Seul,
também caiu 0,16%, aos 1.943,22 pontos. Na China, o Hang Seng teve queda de
0,02%, aos 20.100,09 pontos. O índice Xangai Composto avançou 0,54% para
2.118,09 pontos, após ter atingido ontem uma mínima intraday de 2.089,02
pontos, nível mais baixo desde o início de 2009.
Petróleo
Entre os contratos de petróleo, o WTI, com vencimento para outubro,
negociado em Nova York, operava em alta de 1,05%, a R$ 97,28, o barril. Em
Londres, o Brent para outubro, avançava 1,09%, a US$ 114,94.
Câmbio
O dólar comercial operava em queda de 0,39%, a R$ 2,0080. O contrato
futuro, com vencimento em setembro, caía 0,51%, a R$ 2.012,000.
Juros
Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram o pregão na
BM&FBovespa sem direção definida. O contrato mais líquido era o com
vencimento em janeiro de 2013, a taxa de juros operava estável a 7,30%,
movimentando R$ 13,083 bilhões.
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