terça-feira, 14 de agosto de 2012

PERSPECTIVA: Dados positivos na Europa e nos EUA animam investidores


   São Paulo, 14 de agosto de 2012 - O resultado do Produto Interno Bruto
(PIB) da Eurozona e Alemanha veio em linha com a previsão do mercado e ajudou a

animar investidores. Além disso, os dados acima do esperado de vendas no
varejo nos Estados Unidos também devem contribuir para diminuir a aversão dos
agentes. Para o economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa, "os números
apontam uma volta ao crescimento econômico e reforçam a confiança de que é
possível uma recuperação no continente".

   A bolsa brasileira deve acompanhar esse movimento de alta. O contrato futuro
do Ibovespa, com vencimento amanhã, no entanto, apontava abertura em queda e,
há pouco, recuava 0,16%, aos 59.005 pontos. Rosa avalia que os indicadores da
Europa e dos Estados Unidos devem pesar mais do que os resultados trimestrais
divulgados hoje. "O otimismo externo apontando uma melhor perspectiva para a
economia mundial é o que deve dar o tom da bolsa aqui no Brasil", explica o
economista.

   Nos Estados Unidos, as vendas no varejo, divulgadas pelo Departamento do
Comércio, subiram 0,8% em julho na comparação com junho, já descontados os
fatores sazonais, e somaram US$ 403,9 bilhões. Em junho, as vendas caíram 0,7%
na comparação com maio (dado revisado). Analistas esperavam aumento de 0,2%
nas vendas no varejo.

   O Indice de Preços ao Produtor para Bens Finais dos Estados Unidos (PPI, na
sigla em inglês) subiu 0,3% em julho na comparação com junho, já
descontados os fatores sazonais. Economistas previam alta de 0,2% para o índice
de preços ao produtor no mês de julho, após números inicialmente reportados
 terem registrado alta de 0,1% em junho.

   Na Europa, o PIB da Alemanha, uma das principais economias do continente,
subiu 0,3% no segundo trimestre de 2012 em relação ao primeiro trimestre,
quando a economia registrou expansão de 0,5%, segundo dados preliminares
divulgados hoje pelo escritório federal de estatísticas (Destatis). Na
comparação com o mesmo período de 2011, a economia da Alemanha avançou 0,5%
(com ajuste sazonal). No segundo trimestre de 2011, o PIB registrou expansão de
 3,1% na comparação com o ano anterior.

   O PIB da eurozona, no entanto, encolheu 0,2% no segundo trimestre na
comparação com o trimestre anterior e diminuiu 0,4% em relação a igual
período do ano passado. Para Rosa, a queda veio dentro das expectativas do
mercado.

   Rosa lembra que apesar dos dados do PIB diminuírem a aversão ao risco dos
investidores, o cenário de recuperação na Europa ainda é frágil. Ele
destaca que os outros dados divulgados na região apontaram um cenário menos
positivo. A produção industrial dos 17 países que compõem a zona do euro,
ajustada sazonalmente, por exemplo, caiu 0,6% em junho ante maio. Em relação a
junho de 2011, a produção industrial recuou 2,1%. Os dados foram divulgados
hoje pela agência de estatísticas Eurostat.

   Outro dado negativo é o índice calculado pelo instituto de pesquisas
Zentrum für Europaische Wirtschaftsforschung (Zew), que mede a confiança na
economia alemã entre os analistas financeiros e investidores institucionais,
caiu 5,9 pontos em agosto, para -25,5 pontos, ante os -19,6 pontos registrados
em julho.

   No Brasil, entre os principais destaques dos resultados trimestrais estão
Braskem, Banco do Brasil, Gol, Marfrig e MMX.

   O Banco do Brasil atingiu um lucro líquido ajustado, sem efeitos
extraordinários, de R$ 2,986 bilhões no segundo trimestre deste ano, recuando
7,6% ante o resultado do mesmo período de 2011 (R$ 3,230 bilhões).

   A Gol Linhas aéreas registrou um prejuízo líquido de R$ 715,073 milhões,
alta de 99,3% ante os R$ 358,703 milhões obtidos no mesmo período do ano
passado. O resultado ficou bem acima da média de projeções apurada pela
Agência Leia junto aos principais agentes do mercado, que apontavam para um
prejuízo de R$ 383,5 milhões no período.

   A MMX, empresa de mineração do grupo EBX, do empresário Eike Batista,
somou prejuízo líquido de R$ 391,6 milhões, no segundo trimestre, revertendo
um lucro líquido de R$ 90,9 milhões obtido no mesmo período de 2011.

   A petroquímica Braskem obteve prejuízo líquido de R$ 1,033 bilhão no
segundo trimestre de 2012, revertendo lucro líquido de 420 milhões reportado
no mesmo período do ano passado. O resultado veio em linha com a média de
projeções apurada pela Agência Leia, que previa um resultado negativo de R$ 1
bilhão. No acumulado do ano, a companhia registra um prejuízo de R$ 881
milhões, revertendo um prejuízo de R$ 730 milhões.

   Entre os papéis de consumo e varejo, o Marfrig Gourp, dono da marca Seara
Foods, obteve lucro de R$ 15,5 milhões no segundo trimestre do ano, revertendo
prejuízo de R$ 91 milhões obtido no mesmo trimestre de 2011.


    Mercados Internacionais

   Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em alta nesta manhã.
O S&P 500, com vencimento em setembro, subia 0,32%, aos 1.407,20 pontos, o
Nasdaq 100, com vencimento também para setembro, operava em alta de 0,41%, aos
2.739,25 pontos, e o Dow Jones, com vencimento para o mesmo mês avançava
0,22%, aos 13.166,00 pontos.
   
   Na Europa, as principais bolsas operam em campo positivo. O CAC-40, de
Paris, tinha alta de 0,22%, aos 3.433,80 pontos, e o DAX, de Frankfurt,
apresentava ganho de 0,77%, aos 6.993,01 pontos. O FTSE 100, principal índice
da bolsa de Londres, subia 0,43%, aos 5.856,96 pontos.

   No Japão, o índice Nikkei-225, da Bolsa de Tóquio, fechou com alta de
0,50%, a 8.929,88 pontos. Na China, o Hang Seng fechou com avanço de 1,05%, a
20.291,68 pontos, enquanto o índice Xangai Composto subiu 0,30%, para 2.142,68
pontos. Na Coreia do Sul, o KOSPI, de Seul, avançou 1,27%, para 1.956,96
pontos.


    Petróleo
   
   Entre os contratos de petróleo, o WTI, com vencimento para setembro,
negociado em Nova York, operava em alta de 0,61%, a R$ 93,30, o barril. Em
Londres, o Brent para o mesmo mês, subia 0,30%, a US$ 113,95.


    Câmbio
   
   O dólar comercial operava em alta de 0,19%, a R$ 2,025. O contrato futuro,
com vencimento em setembro, avançava 0,04%, a R$ 2.030,50.        


    Juros
   
   Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram o pregão na
BM&FBovespa em queda. O contrato mais líquido era o com vencimento em janeiro
de 2014, a taxa de juros passava de 7,74% para 7,71%.


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