quarta-feira, 29 de agosto de 2012

PERSPECTIVA: Esperando por medidas de incentivo, mercados operam em queda


   São Paulo, 29 de agosto de 2012 - Os principais mercados internacionais operam em queda ainda na expectativa de anúncios de medidas de incentivo à economia nos Estados Unidos e na Europa. Em dia de poucos indicadores, o foco do mercado está na segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano do segundo trimestre deste ano deve guiar os investidores, para o analista da JMalucelli, Mark Sauerman. Ele avalia que "é difícil saber como será a reação do
mercado. Pois, se vier um número ruim, os investidores podem
interpretar como uma possibilidade maior de novas medidas de afrouxamento
monetário".

   O indicador futuro apontava abertura em queda. Há pouco, o contrato futuro
do Ibovespa recuava 0,06%, aos 58.970 pontos.

   O dado do PIB dos Estados Unidos será divulgado pelo Departamento do
Comércio, às 9h30. No primeiro trimestre, houve alta de 1,9% em relação ao
quarto trimestre do ano passado. Analistas esperam alta de 1,6%.

   Na Europa, o presidente do Banco central Europeu (BCE), Mario Draghi,
escreveu em um artigo ao jornal alemão "Die Zeit" reafirmando que "para
assegurar uma política monetária única e, portanto, a estabilidade de
preços", o banco pode tomar "às vezes medidas excepcionais". Ele defendeu
também que "o cumprimento de nosso mandato requer ir além das ferramentas de
política monetária tradicionais".

   A expectativa era de que Draghi pudesse anunciar possíveis medidas do BCE
para atenuar a crise no continente, no simpósio econômico de Jackson Hole,
encontro de autoridades de bancos centrais organizado pelo Federal Reserve Bank
de Kansas City (Fed Kansas). O presidente do banco central europeu, porém, não
comparecerá ao evento em que deve discursar o presidente do Federal Reserve
(Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke.

   No começo de agosto, Draghi disse que o BCE estava elaborando um plano para
comprar títulos soberanos de curto prazo com o objetivo de baixar os juros
exigidos pelo mercado para emprestar dinheiro aos países da zona do euro. A
proposta foi bem recebida pelos mercados, mas causou algumas polêmicas,
especialmente com o Bundesbank (banco central da Alemanha).

   Em seu artigo, Draghi disse também que a união monetária europeia ainda
é um projeto incompleto e que é necessário um esforço "gradual e
estruturado" para terminar a integração. Além disso, o presidente do BCE
defendeu o que ele chamou de "requerimentos mínimos" para completar a união
econômica e monetária. Entre eles estão uma forte supervisão dos orçamentos
nacionais, incentivo à competitividade entre os países e poderes para limitar
 a tomada de riscos excessivos por parte dos bancos.

   Na China, o ministro encarregado da Comissão de Desenvolvimento e Reformas
Nacionais, Zhang Ping, declarou hoje que as políticas governamentais estão
sendo efetivas para controlar os preços, fazendo com que o crescimento
econômico se estabilize em um ritmo menos acelerado. Apesar disso, o
representante declarou que o desenvolvimento econômico e social ainda enfrenta
um ambiente complicado e que fatores de incerteza podem criar novas
complicações, levando a mais dificuldades econômicas.

   No Brasil, hoje ocorre o segundo e último dia de reunião do Comitê de
Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que definirá a nova Selic
(taxa básica de juros), que vigorará nos próximos 45 dias.
   
   O mercado é quase unânime em apontar um novo corte de 0,50 ponto
percentual (pp) na Selic. Das 70 instituições ouvidas pelo Termômetro CMA -
pesquisa feita pela Agência CMA com as previsões para os principais
indicadores do País - 68 apostam em queda da taxa em 0,50 pp e apenas duas em
corte de 0,25 pp. Com a decisão, a taxa passaria dos atuais 8% ao ano para
7,50% ao ano.


    Mercados Internacionais

   Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam sem tendência
definida nesta manhã. O S&P 500, com vencimento em setembro, operava em queda
de 0,01%, aos 1.407,60 pontos; o Nasdaq 100, com vencimento também para
setembro, operava em leve queda de 0,02%, aos 2.780,00 pontos, e o Dow Jones,
com vencimento para o mesmo mês, recuava 0,06%, aos 13.078 pontos.

   Na Europa, as principais bolsas operam no campo negativo. O CAC-40, de
Paris, caía 0,69%, aos 3.407,98 pontos, e o DAX, de Frankfurt, retraía 0,55%,
aos 6.964,12 pontos. O FTSE 100, principal índice da bolsa de Londres, recuava
0,50%, aos 5.746,8 pontos.

   Na Ásia, o índice Hang Seng, o principal da bolsa de valores de Hong Kong,
fechou em baixa de 23,29 pontos, ou 0,12%, aos 19.788,51 pontos. O índice
Kospi, o principal da bolsa de valores de Seul, fechou em alta de 12,21 pontos,
ou 0,64%, aos 1.928,54 pontos. O índice Xangai Composto, o principal da bolsa
de valores de Xangai, encerrou em baixa de 19,91 pontos, ou 0,96%, aos 2.053,24
pontos. O índice Nikkei 225, o principal da bolsa de valores de Tóquio, fechou
 em alta de 36,52 pontos, ou 0,40%, aos 9.069,81 pontos.


    Petróleo

   Entre os contratos de petróleo, o WTI, com vencimento para outubro,
negociado em Nova York, operava emqueda de 0,71%, a R$ 95,64, o barril. Em
Londres, o Brent para outubro, recuava 0,41%, a US$ 112,11.


    Câmbio

   O dólar comercial operava em alta de 0,39%, a R$ 2,0510. O contrato futuro,
 com vencimento em setembro, avançava 0,24%, a R$ 2.052,000.


    Juros

   Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram o pregão na
BM&FBovespa em baixa. O contrato mais líquido era o com vencimento em janeiro
de 2014, que caía de 7,77% para 7,82%, movimentando R$ 3,094 bilhões.


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