12 Out (Reuters) - Dois dos maiores bancos dos EUA, o Wells Fargo e o J.P. Morgan Chase, tiveram lucros recordes no último trimestre graças à forte expansão no crédito imobiliário, embora tropeços em outras áreas deixem os investidores preocupados sobre a durabilidade desses lucros.
Ambos os bancos anunciaram nesta sexta-feira lucros superiores a 10 por cento no terceiro trimestre, refletindo a expansão do mercado imobiliário e a manutenção dos juros em níveis baixos.
Mas analistas dizem que esses lucros podem não ser sustentáveis, já que ambos os bancos divulgaram uma redução nas suas margens, o que indica que podem não lucrar tanto no futuro.
As ações do J.P. Morgan fecharam o dia em baixa de 1,1 por cento, cotadas a 41,62 dólares, e as do Wells Fargo tiveram queda de 2,6 por cento, vendidas a 34,25 dólares.
O problema é com a "margem de juro líquida", ou seja, a diferença entre o que os bancos cobram de juros sobre os empréstimos e o que eles pagam sobre os depósitos. Em ambos os balanços, essa margem diminuiu.
"Você tem uma batalha entre a margem de juros líquida e o financiamento imobiliário", disse o analista Marty Mosby, da Guggenheim Securities.
O mercado hipotecário afundou os bancos no auge da crise financeira, mas ultimamente se tornou novamente lucrativo.
Em setembro, o Federal Reserve (Banco Central) anunciou que comprará mensalmente enormes quantidades de títulos hipotecários, e isso levou a uma queda nos juros imobiliários e a uma alta nos pedidos de financiamento.
O Wells Fargo, maior credor imobiliário dos EUA --com o triplo da carteira do seu maior concorrente-- lucrou 139 bilhão de dólares com hipotecas entre julho e setembro, ou 50 bilhões a mais do que no mesmo período do ano passado.
Mas Jamie Dimon, executivo-chefe do J.P. Morgan, alertou na sexta-feira que há um limite para esse crescimento. "Não esperamos contar com margens elevadas e novos financiamentos para sempre", disse Dimon, acrescentando que a atual tendência vai continuar "no próximo trimestre, talvez em um par de trimestres depois disso, mas não vai durar muito mais".
O J.P. Morgan, dono do maior volume de depósitos entre os bancos dos EUA, teve um lucro líquido total de 5,71 bilhões de dólares no trimestre, o que equivale a 1,40 dólar por ação, em alta de 34 por cento em relação ao lucro de 4,26 bilhões de dólares (1,02 dólar por ação) no ano passado.
Já o Wells Fargo, quarto maior banco dos EUA em volume de depósitos, lucrou 4,9 bilhões de dólares no trimestre, 22 por cento acima do mesmo período em 2011. O lucro por ação, de 0,88 dólar, foi semelhante ao estimado por analistas, que era 0,87 dólar, mas o faturamento ficou 270 milhões de dólares aquém das previsões dos especialistas.
(Reportagem de David Henry em Nova York e Rick Rothacker em Charlotte; Reportagem adicional de Dan Wilchins e Jed Horowitz em Nova York)
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