sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Japão mantém política monetária, mas alerta para riscos

Por Leika Kihara

TÓQUIO, 5 Out (Reuters) - O Banco do Japão, banco central do país, resistiu à pressão política e deixou inalterada a política monetária nesta sexta-feira, mas manteve a porta aberta para mais afrouxamento monetário neste mês ao alertar para os riscos às perspectivas da terceira maior economia do mundo.


Apesar dos crescentes sinais de que a desaceleração das exportações para a China e a Europa pode empurrar o Japão para uma recessão, as autoridades do banco central preferiram aguardar e avaliar o efeito dos estímulos apresentados no mês passado, e poupar suas limitadas opções por enquanto.

Destacando a crescente pressão do governo, o recém-nomeado ministro da Economia, Seiji Maehara, defensor de uma expansão monetária agressiva, fez uma rara aparição na reunião desta sexta-feira para realizar um pedido direto por ações mais ousadas.

"Eu gostaria de continuar pedindo ao BC que busque um afrouxamento monetário poderoso para alcançar sua meta de preço", disse Maehara a jornalistas depois de participar da reunião, tornando-se o primeiro ministro da Economia a fazer isso em quase uma década.

Os mercados veem uma forte chance de o BC afrouxar a política de novo em 30 de outubro. Também espera-se que o banco central reduza suas estimativas de crescimento de longo prazo e admita que o Japão continua a anos de alcançar a meta de inflação de 1 por cento por volta de 2014, de acordo com fontes familiares à questão.

Como esperado, o banco central evitou ampliar suas compras de títulos e o programa de empréstimos, depois de ter feito isso no mês passado por temores de que a fraqueza das exportações e produção esteja afetando as perspectivas de uma recuperação no curto prazo. Também manteve sua principal taxa de juros em uma faixa de zero a 0,1 por cento por unanimidade.

Mas alertou que a atividade econômica do Japão está se estabilizando, oferecendo uma visão ligeiramente mais desanimadora do que no mês passado, quando disse que uma retomada do crescimento estava sofrendo uma pausa.

"A desaceleração no crescimento internacional está durando um pouco mais do que o esperado, o que afeta as exportações das indústrias. O impacto pode gradualmente se espalhar para outras partes da economia", disse o presidente do BC, Masaaki Shirakawa.

O BC determinou a meta de inflação de 1 por cento e afrouxou a política em fevereiro, seguindo com estímulos adicionais duas vezes até agora neste ano em uma demonstração de sua determinação em derrotar a deflação que prejudicou o país pela maior parte da última década.

O banco central agora projeta o núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, em 0,2 por cento para o atual ano fiscal, que acaba em março de 2013, e de 0,7 por cento no seguinte.

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