segunda-feira, 1 de abril de 2013

IPC-S acelera alta para 0,72% em março ante fevereiro--FGV


SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 1 Abr (Reuters) - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou sua alta a 0,72 por cento em março, mas uma pressão menor entre os alimentos in natura deve levar o indicador para a casa de 0,5 por cento em abril, informou Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira.

Em fevereiro, o IPC-S havia registrado elevação de 0,33 por cento, mas na comparação com a terceira quadrissemana de março, o indicador mostrou leve desaceleração, após avanço de 0,78 por cento na última apuração.
De acordo com o economista da FGV André Braz, a aceleração se deveu ao fim do efeito da redução da tarifa de energia elétrica promovida pelo governo, que teve impacto negativo de 0,48 ponto percentual em fevereiro.
"Em março, a tarifa de energia elétrica começou a devolver essa queda", disse ele.
Com este resultado, o indicador acumula ganho de 6,16 por cento nos últimos 12 meses, ante 6,04 por cento em fevereiro.
Seis dos oito grupos que compõem o indicador desaceleraram a alta de preços ante a terceira quadrissemana. O destaque ficou com o grupo Transportes, que registrou alta de 0,34 por cento ante 0,60 por cento anteriormente.
Nesta classe de despesa, chamou a atenção o comportamento do item gasolina, cuja taxa passou de 1,83 por cento na terceira quadrissemana para 0,12 por cento na quarta.
Também registraram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Alimentação (1,42 para 1,31 por cento), Saúde e Cuidados Pessoais (0,59 para 0,51 por cento), Comunicação (0,48 para 0,45 por cento), Educação, Leitura e Recreação (0,32 para 0,24 por cento) e Despesas Diversas (0,19 para 0,18 por cento).
Por sua vez, mostraram acréscimo nas taxas de variação na comparação com a terceira quadrissemana os grupos Habitação (0,65 para 0,74 por cento) e Vestuário (0,68 para 0,81 por cento).
Em Habitação, o destaque ficou para o item tarifa de eletricidade residencial, que registrou alta de 0,82 por cento, ante queda de 0,20 por cento na terceira quadrissemana, segundo a FGV.
Para abril, entretanto, o economista da FGV projeta preços menores dos alimentos in natura, como hortaliças, legumes e frutas. "E há a expectativa que em algum momento a desoneração da cesta básica comece a aparecer em itens como carnes, produtos básicos, artigos de higiene e limpeza e outros", completou ele.
"Embora o mês esteja começando, dá para dizer que o IPC-S vai ficar abaixo do que foi em março e oscilar perto de 0,5 por cento", disse Braz.
Tanto o governo quanto o mercado têm mostrado preocupação com a inflação, depois de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ter se aproximado no acumulado em 12 meses em março do teto da meta do governo, de 6,50 por cento pelo IPCA.
Analistas acreditam que o início do ciclo do aperto monetário, depois de a Selic ter sido reduzida a 7,25 por cento ao longo de vários meses, será em maio.
Na semana passada, o Banco Central piorou, em seu Relatório Trimestral de Inflação, todas perspectivas de inflação para este e para o próximo ano, admitindo até mesmo que a alta dos preços medida pelo IPCA vai estourar o teto da meta no período entre abril e julho, no acumulado em 12 meses.


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