SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 9 Ago (Reuters) - A Petrobras teve um lucro líquido de 6,201 bilhões de reais no segundo trimestre, superando as estimativas do mercado, por uma melhora no desempenho operacional impulsionado pelo reajuste de preços dos combustíveis no mercado interno, informou a petroleira nesta sexta-feira.
No mesmo trimestre do ano passado, a gigante estatal havia registrado prejuízo de 1,346 bilhão de reais. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam em média um lucro líquido de 5,08 bilhões de reais no segundo trimestre.
O lucro no período de abril a junho, no entanto, caiu 19 por cento ante primeiro trimestre, por impacto da depreciação cambial sobre dívida líquida, resultado que foi parcialmente compensado por alta do lucro operacional, disse a empresa em comunicado.
O lucro operacional no segundo trimestre de 2013 totalizou 11,1 bilhões de reais, mais que o dobro do verificado no mesmo período do ano passado e aumento de 13 por cento ante o primeiro trimestre do ano.
"Este crescimento (em relação ao primeiro trimestre) é explicado pelo efeito do aumento dos preços de diesel e gasolina ocorridos ao longo do 1T13, pela maior produção desses derivados em nosso parque de refino, pelos ganhos com as operações de desinvestimento no exterior...", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em nota, citando ainda resultados da otimização de custos operacionais.
Os reajustes nos preços do diesel e da gasolina ocorridos desde junho de 2012 e o maior processamento nas refinarias colaboraram para redução do prejuízo da divisão de abastecimento, que caiu para 2,5 bilhões de reais no segundo trimestre, ante perdas de 7 bilhões de reais no mesmo período do ano passado.
A menor participação de derivados importados no mix de vendas, em razão do maior processamento nas refinarias, e os menores custos com aquisição de petróleo, decorrente da queda das cotações internacional, também colaboraram para a melhora do resultado da divisão de Abastecimento, que tem afetado os resultados da estatal nos últimos trimestre.
A produção média de óleo ficou em linha com as previsões da empresa, somando 2,555 milhões de barris ao dia, em média, e praticamente estável em relação aos volumes produzidos no mesmo trimestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano.
Diante da valorização do dólar frente ao real, a presidente da Petrobras observou ainda que a empresa estendeu, no último trimestre, a Contabilidade de Hedge para proteção de exportações futuras.
A nova contabilidade permitiu "que perdas cambiais de 8 bilhões reais, relativas à cerca de 70 por cento do endividamento líquido exposto à variação cambial, fossem contabilizadas no Patrimônio Líquido". Essas perdas serão transferidas para o resultado na medida em que as exportações forem realizadas.
(Por Roberto Samora e Sabrina Lorenzi)
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