São Paulo, 12 de fevereiro de 2014 - O baixo nível de chuva e os recordes
de alta da temperatura nas últimas semanas elevaram o preço médio do boi
gordo em 19% em fevereiro até o dia 10, na comparação com mesmo período em
2013, alcançando R$ 116,83, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).
Em janeiro, o aumento foi de 17% em relação ao mesmo mês de 2013, para R$
114,16. A alta nos preços não é comum para o período e a engorda dos bois
que deveriam ser abatidos no início do ano foi prejudicada pelo baixo
desenvolvimento das pastagens.
De acordo com Sérgio De Zein, pesquisador do Cepea, o arrefecimento dos
preços do boi gordo é comum no início do ano por causa das chuvas abundantes,
mas do início do ano até agora o tempo permaneceu mais seco que de costume.
Com o desenvolvimento das pastagens abaixo do ideal, a previsão é de
"sustentação de preço considerável" para o boi gordo nas próximas
semanas.
"A gravidade da situação é muito grande, porque é uma época em que
ninguém espera seca. Os preços costumam ser mais baixos, porque aumenta a
oferta e depois se recuperam na entressafra, mas não é o que está
acontecendo", explica Zein.
Luiz Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, afirma que o
aumento no preço da carne ao consumidor final é uma preocupação para a
inflação devido à importância do produto na composição dos gastos das
famílias.
"O preço menor de carnes era um dos motivos pelos quais se esperava que a
inflação de alimentos arrefecesse até março. Com a alta do preço do boi e
essa seca podemos ter alimentação mais pressionada do que deveria ser no
início do ano", explica.
O item carnes corresponde a 2,49% do total do Indice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) e no mês passado registrou a maior contribuição
individual à inflação oficial, de 0,08 ponto percentual (pp), com alta de
3,07% nos preços ante dezembro.
A expectativa de arrefecimento nos preços reside na possibilidade de chuvas
nos próximos dias, pois do início do segundo semestre até meados de outubro
a pressão nos preços do boi gordo virá da soja e do milho, duas culturas que
também sofrem com a seca e servem de base para a ração dos animais na
entressafra.
O ponto crítico apontado por Leal é que a estimativa era de que os preços
de alimentos pressionassem menos a inflação oficial neste ano, dando lugar
aos preços mais altos dos itens administrados, que sofreram forte
interferência do governo no ano passado.
"Boa parte da expectativa de estabilidade para a inflação deste ano era
de que os preços de alimentos se comportassem bem. Basicamente o mercado
trabalha com aumento do preço dos administrados, que deve ser 3,5% a 4% este
ano, e o que compensaria seria o melhor comportamento de alimentos. Assim a
inflação ficaria balanceada", explica Leal. Em 2013, os preços administrados
subiram apenas 1,55%.
Já Adriana Molinari, economista da Tendências Consultoria, acredita que
não devem ser observados impactos importantes no IPCA no curto prazo. "O
preço da carne, por enquanto, não preocupa. Ainda é muito cedo para afirmar
que pode trazer impacto mais expressivo", diz. Apesar disso, Adriana afirma que
a persistência das altas pode levar a uma revisão para a inflação de 2014.
Weruska Goeking / Agência CMA
de alta da temperatura nas últimas semanas elevaram o preço médio do boi
gordo em 19% em fevereiro até o dia 10, na comparação com mesmo período em
2013, alcançando R$ 116,83, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).
Em janeiro, o aumento foi de 17% em relação ao mesmo mês de 2013, para R$
114,16. A alta nos preços não é comum para o período e a engorda dos bois
que deveriam ser abatidos no início do ano foi prejudicada pelo baixo
desenvolvimento das pastagens.
De acordo com Sérgio De Zein, pesquisador do Cepea, o arrefecimento dos
preços do boi gordo é comum no início do ano por causa das chuvas abundantes,
mas do início do ano até agora o tempo permaneceu mais seco que de costume.
Com o desenvolvimento das pastagens abaixo do ideal, a previsão é de
"sustentação de preço considerável" para o boi gordo nas próximas
semanas.
"A gravidade da situação é muito grande, porque é uma época em que
ninguém espera seca. Os preços costumam ser mais baixos, porque aumenta a
oferta e depois se recuperam na entressafra, mas não é o que está
acontecendo", explica Zein.
Luiz Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil, afirma que o
aumento no preço da carne ao consumidor final é uma preocupação para a
inflação devido à importância do produto na composição dos gastos das
famílias.
"O preço menor de carnes era um dos motivos pelos quais se esperava que a
inflação de alimentos arrefecesse até março. Com a alta do preço do boi e
essa seca podemos ter alimentação mais pressionada do que deveria ser no
início do ano", explica.
O item carnes corresponde a 2,49% do total do Indice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) e no mês passado registrou a maior contribuição
individual à inflação oficial, de 0,08 ponto percentual (pp), com alta de
3,07% nos preços ante dezembro.
A expectativa de arrefecimento nos preços reside na possibilidade de chuvas
nos próximos dias, pois do início do segundo semestre até meados de outubro
a pressão nos preços do boi gordo virá da soja e do milho, duas culturas que
também sofrem com a seca e servem de base para a ração dos animais na
entressafra.
O ponto crítico apontado por Leal é que a estimativa era de que os preços
de alimentos pressionassem menos a inflação oficial neste ano, dando lugar
aos preços mais altos dos itens administrados, que sofreram forte
interferência do governo no ano passado.
"Boa parte da expectativa de estabilidade para a inflação deste ano era
de que os preços de alimentos se comportassem bem. Basicamente o mercado
trabalha com aumento do preço dos administrados, que deve ser 3,5% a 4% este
ano, e o que compensaria seria o melhor comportamento de alimentos. Assim a
inflação ficaria balanceada", explica Leal. Em 2013, os preços administrados
subiram apenas 1,55%.
Já Adriana Molinari, economista da Tendências Consultoria, acredita que
não devem ser observados impactos importantes no IPCA no curto prazo. "O
preço da carne, por enquanto, não preocupa. Ainda é muito cedo para afirmar
que pode trazer impacto mais expressivo", diz. Apesar disso, Adriana afirma que
a persistência das altas pode levar a uma revisão para a inflação de 2014.
Weruska Goeking / Agência CMA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Educação Financeira com disciplina e inteligência.