quinta-feira, 22 de março de 2012

Dívida grega pode ser sustentável


O segundo pacote de resgate à Grécia pode tornar a dívida do país sustentável mas, até 2030, Atenas terá que se vincular firmemente às políticas acordadas e pode precisar de mais dinheiro depois de 2014, revela uma análise da sustentabilidade de dívida feita por credores internacionais.


A análise, preparada pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para os ministros da Zona Euro e revelada em exclusividade pela Reuters, mostra que, após a troca de dívida no final da última semana, a dívida grega pode cair para 116,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e 88% em 2030.
"Os resultados mostram que o programa pode colocar a dívida grega numa trajectória sustentável", refere a análise, classificada como estritamente confidencial.

No entanto, o documento também alerta para o facto de que a trajetória da dívida é extremamente sensível e considera que o programa é "propenso a acidentes".
Ainda segundo a análise, a reestruturação dos títulos detidos pelo sector privado ajudará a reduzir a dívida inicialmente, mas ela subirá novamente para 164% do PIB em 2013 devido à retracção da economia e aos ajustamentos fiscais incompletos.
"Uma vez completado o ajuste fiscal, o crescimento restaurado e acumuladas as receitas decorrentes das privatizações, iniciar-se-ão reduções constantes da proporção da dívida. A Grécia terá que manter boas políticas até 2030 para reduzir a proporção abaixo de 100% do PIB", refere o relatório.

Todavia, acrescenta o documento, a Zona Euro pode ter que se preparar para emprestar ainda mais dinheiro a Atenas. Assim, quando a Grécia tentar voltar aos mercados após 2014, o país terá que emitir primeiramente dívida de curto prazo e ainda pagar altas taxas de juros, pois o seu endividamento ainda será elevado, sendo que haverá, antes disso, dívida madura que terá de ser paga e também a necessidade de estabelecer um considerável histórico com o mercado. "O que, inicialmente, desencorajará grandes emissões e implicará continuada dependência de financiamento oficial, em linha com o compromisso assumido com os Estadosmembros da Zona Euro nos termos de empréstimo do FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira), desde que a Grécia implemente com sucesso o seu programa", estabelece o documento. (Jan Strupczewski) A dívida grega pode caír para 88% do PIB em 2030..

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