São Paulo, 31 de julho de 2012 - O Ibovespa deverá iniciar operações na
contramão das principais bolsas internacionais e abrir em baixa nesta
terça-feira. Devem influenciar os negócios no pregão de hoje os resultados
dos índices dos Estados Unidos, já que eles podem referendar a expectativa do
mercado, que aguarda para os próximos dias o anúncio de uma nova rodada de
estímulos para a economia do país. Há pouco, o Ibovespa futuro caía 0,29%,
aos 57.520 pontos, confirmando a tendência negativa.
A agenda dos Estados Unidos prevê uma série de indicadores importantes,
entre eles destacam-se os dados de renda e gastos pessoais de junho, divulgado
pelo Departamento do Comércio. A renda dos norte-americanos subiu 0,5% em junho
e os gastos pessoais se mantiveram estáveis. Em maio, a renda subiu 0,2% e os
gastos pessoais recuaram 0,1% na comparação anual. Analistas esperavam alta
de, respectivamente, 0,4% e de 0,1% em junho. "Se os números vierem ruins,
pode crescer a expectativa pelas medidas de estímulo. Mas, se os números
vierem bons, deve haver indecisão entre os investidores", afirmou ontem, após
o fechamento do pregão, o sócio-diretor da Humaitá Investimentos, Guido
Chagas.
A Standard & Poor's (S&P) divulga, às 10h, o índice de preços de
imóveis residenciais S&P/Case-Shiller relativo a maio. Em abril, houve alta de
1,3%. Analistas esperam queda de 1,8%.
O Instituto de Gerência e Oferta de Chicago divulga, às 10h45, o índice
dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial de julho. Em
junho, foi registrada alta para 52,9 pontos. A expectativa é de queda para 52,5
pontos.
O Conference Board informa, às 11h, o índice de confiança do consumidor
norte-americano de julho. Em junho, houve queda para 62 pontos. Analistas
esperam queda para 61 pontos.
Na Europa, a taxa de desemprego nos 17 países que compõem a eurozona
manteve-se estável em junho na comparação com maio, em 11,2%, informou hoje a
agência de estatísticas Eurostat. Em junho de 2011, a taxa estava em 10,0%.
Estima-se que o número de desempregados na zona do euro tenha alcançado 17,801
milhões em junho deste ano, um aumento de 123 mil em relação a maio. Na
comparação com junho de 2011, o número de desempregados avançou em 2,024
milhões.
As vendas reais do varejo alemão apresentaram avanço de 2,9% em junho de
2012 em relação ao mesmo mês de 2011. Em termos nominais, houve alta de 5,4%
na mesma base de comparação. Os dados foram divulgados hoje pelo Federal
Statistical Office (Destatis
Entre os resultados corporativos internacionais, destacam-se os da
farmacêutica norte-americana Pfizer, que informou hoje que obteve no segundo
trimestre um lucro líquido de US$ 3,253 bilhões (US$ 0,43 por ação), um
aumento de 24,6% em relação aos US$ 2,610 bilhões (US$ 0,33 por ação)
apresentados no mesmo período do ano passado.
O banco alemão Deutsche Bank informou que obteve no segundo trimestre de
2012 um lucro líquido de 661 milhões de euros, representando uma queda de
46,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Entre os resultados corporativos das empresas brasileiras divulgados, que
podem influenciar o comporatamento das ações no pregão de hoje, destacam-se
os da Embraer, AmBev e TIM.
O lucro líquido da fabricante de aeronaves Embraer atingiu de R$ 114,8
milhões, queda de 25,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a
companhia havia lucrado R$ 153,8 milhões. Também pode influenciar o
comportamento dos papéis a oficialização do acordo entre os governos de
Brasil e Venezuela para a compra de vinte aeronaves Embraer 190 pelo Consórcio
Venezuelano da Indústria Aeronáutica e Serviços Aéreos (Conviasa). O tema
esteve em discussão durante encontro bilateral na tarde de ontem.
A TIM somou lucro líquido de R$ 346,787 milhões no segundo trimestre,
recuando 0,9% na comparação com o lucro líquido de R$ 349,981 milhões,
registrado no mesmo período de 2011. No relatório trimestral, a companhia
apontou que "desaceleração macroeconômica e um cenário mais competitivo"
contribuíram para a queda no lucro.
A fabricante de bebidas AmBev obteve lucro líquido de R$ 1,932 bilhão no
segundo trimestre do ano, alta de 5,4% ante o mesmo período de 2011 (R$ 1,833
bilhão). O resultado veio abaixo do estimado pelo mercado que previa lucro
líquido de R$ 1,991 bilhão, alta de 8,7% na comparação anual.
Mercados Internacionais
Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em alta nesta manhã.
O S&P 500, com vencimento em setembro, subia 0,13%, aos 1.382,40 pontos, o
Nasdaq 100, com vencimento também para setembro, operava com ganhos de 0,27%,
aos 2.643,00 pontos, e o Dow Jones, com vencimento para o mesmo mês operava com
expansão de 0,19%, aos 13.027,00 pontos.
Na Europa, as principais bolsas operam em rumos opostos. O CAC-40, de Paris,
operava com alta de 0,11%, aos 3.324,33 pontos, e o DAX, de Frankfurt, tinha
alta de 0,53%, aos 6.809,84 pontos. O FTSE 100, principal índice da bolsa de
Londres, caía 0,28%, aos 5.6677,95 pontos.
Na Ásia, a maioria das bolsas fechou em alta. Apenas o Xangai Composto,
principal índice da bolsa de Xangai, na China, fechou em queda, caindo 0,30%,
aos 2.103,64 pontos. Em Hong Kong, a bolsa fechou com alta de 1,08%, aos
19.796,81 pontos. No Japão, o índice Nikkei-225, da Bolsa de Tóquio, subiu
0,69%, aos 8.695,06 pontos. Na Coreia do Sul, o KOSPI, de Seul, expandiu 2,07%,
aos 1.881,99 pontos.
Petróleo
Entre os contratos de petróleo, o WTI, com vencimento para setembro,
negociado em Nova York, operava em alta de 0,08%, a R$ 89,86, o barril. Em
Londres, o Brent para o mesmo mês, recuava 0,12%, a US$ 106,07.
Câmbio
O dólar comercial operava em alta de 0,34%, a R$ 2,0450. O contrato futuro,
com vencimento em agosto, avançava 0,12%, a R$ 2.044,500.
Juros
Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram o pregão na
BM&FBovespa em alta. O contrato mais líquido era o com vencimento em julho
2014, que passava de 7,83% para 7,85%.
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