quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PERSPECTIVA: Menor possibilidades de incentivos desanima investidores


   São Paulo, 15 de agosto de 2012 - Com a série de dados positivos na Europa
e nos Estados Unidos nos últimos dias, investidores avaliam que medidas mais

fortes de estímulo a economia devem ser adiadas. Para o analista da Futura,
Luis Gustavo Pereira, além de diminuir as chances de acordo na eurozona sobre a
compra de títulos de dívidas de países com dificuldades econômicas, "a
ligeira melhora também afasta a possibilidade de um intervenção do Fed
[Federal Reserve, o banco central norte-americano] e diminui o apetite de risco
de investidores".

   O Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, deve acompanhar em parte o
pessimismo dos investidores no mercado externo. Pereira, no entanto, avalia que
o anúncio do Programa de Concessões de Rodovias e Ferrovias, às 10h, pode
fazer a bolsa operar em positivo, impulsionado principalmente por empresas do
setor de transportes, logística e siderurgia. Há pouco, o contrato futuro do
Ibovespa, com vencimento hoje, recuava 0,01%, aos 58.050 pontos.

   Para o analista da Futura, "a gente já operou descolado do mercado lá
fora ontem e isso pode voltar a acontecer", afirma o analista, comentado o
recuo da bolsa brasileira ontem, ante a tendência de alta das bolsas
internacionais. Pereira também lembra que "como hoje tem vencimento do
contrato futuro do Ibovespa, podemos esperar mais volatilidade na negociações
da bolsa brasileira".

   Nos Estados Unidos, o Indice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em
inglês) ficou estável em julho, já descontados os fatores sazonais. Em junho,
o índice também não apresentou alteração. Nos 12 meses encerrados em
julho, o índice mostra inflação de 1,4%. Analistas esperavam que o índice de
 preços ao consumidor de julho registrasse alta de 0,2% na comparação mensal.

   Já a pesquisa de condições econômicas Empire State Manufacturing Survey
mostrou que a atividade industrial no Estado de Nova York sofreu uma forte
deterioração em agosto, de acordo com dados do Federal Reserve Bank de Nova
York. O indicador de atividade industrial caiu para -5,85 pontos em agosto,
depois de marcar 7,39 pontos em julho. Na previsão de analistas, o índice
registraria leitura de 5,0 pontos neste mês.

   Outros dados importantes também serão divulgados ainda pela manhã, entre
eles, os dados da produção industrial e a capacidade instalada de julho, que
serão divulgados pelo Fed, às 10h15. Em junho, houve alta de 0,4% na
produção industrial ante maio. Analistas esperam aumento de 0,6%.

   Pereira também destaca os estoques de petróleo da última semana, como
mais um importante indicador da atividade econômica.

   No Reino Unido, o Comitê de Política Monetária (MPC, na sigla em inglês)
do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) apontou um cenário menos
negativo no país. Sobre a inflação, o MPC identificou que o índice de
preços ao consumidor caiu de um pico de 5,2%, visto em setembro de 2011, para
2,4% em junho e concluiu que o indicador ficará perto da meta de 2% para a
inflação nos próximos meses.

   Apesar do diagnóstico negativo para o lado da produção, a ata do MPC traz
um tom mais otimista em relação ao crescimento da demanda. Segundo o banco
central britânico, os preços das commodities e de outros produtos importados
não estão mais pesando no crescimento da renda real, o que deve levar a um
crescimento do poder de compra das pessoas.

   Os dados de emprego no Reino Unido também reforçaram uma visão mais
otimista sobre o futuro da economia no país. A taxa de desemprego do Reino
Unido recuou para 8% nos três meses até junho, queda de 0,2 ponto percentual
(pp) ante o período de três meses até março. Em relação aos três meses
até junho do ano anterior, a taxa de desemprego subiu 0,1 pp. Os dados foram
divulgados hoje pelo escritório federal de estatísticas do país, o National
Statistics.

    Mercados Internacionais

   Os índices futuros das bolsas norte-americanas operam em alta nesta manhã.
O S&P 500, com vencimento em setembro, caía 0,14%, aos 1,399,40 pontos, o
Nasdaq 100, com vencimento também para setembro, operava em leve queda de
0,08%, aos 2.724,50 pontos, e o Dow Jones, com vencimento para o mesmo mês
recuava 0,14%, aos 13.114,00 pontos.
   
   Na Europa, as principais bolsas também operam em campo negativo. O CAC-40,
de Paris, tinha queda de 0,30%, aos 3.439,89 pontos, e o DAX, de Frankfurt,
apresentava perdas de 0,63%, aos 6.930,37 pontos. O FTSE 100, principal índice
da bolsa de Londres, caía 0,38%, aos 5.842,49 pontos. A bolsa de Milão não
opera por conta de feriado na Itália.

   No Japão, o índice Nikkei-225, da Bolsa de Tóquio, fechou com baixa de
0,05%, a 8.925,04 pontos. Na China, o Hang Seng encerrou com recuo de 1,18%, a
20.052,29 pontos, enquanto o índice Xangai Composto caiu 1,10%, para 2.118,95
pontos. Na Coreia do Sul, a bolsa de Seul permaneceu fechada por causa de um
feriado nacional.


    Petróleo
   
   Entre os contratos de petróleo, o WTI, com vencimento para setembro,
negociado em Nova York, operava em queda de 0,67%, a R$ 92,80, o barril. Em
Londres, o Brent para o mesmo mês, caía 0,19%, a US$ 113,81.


    Câmbio
   
   O dólar comercial operava em leve alta de 0,09%, a R$ 2,029. O contrato
futuro, com vencimento em setembro, avançava 0,02%, a R$ 2.035,000.        


    Juros
   
   Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) abriram o pregão na
BM&FBovespa em alta. O contrato mais líquido era o com vencimento em janeiro de
 2014, a taxa de juros passava de 7,74% para 7,75%.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Educação Financeira com disciplina e inteligência.

Confira os 05 Estudos/Artigos/Notícias + acessados na semana