domingo, 28 de outubro de 2012

"Troika" quer novo perdão da dívida grega para credores públicos

Berlim, 28 out (EFE).- A "troika" - formada pelo Banco Central Europeu (BCE), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia - proporá em seu iminente relatório sobre a Grécia um novo perdão da dívida do país, desta vez para os credores públicos.

Segundo publica neste domingo a revista alemã "Der Spiegel", esta é uma das propostas do relatório da "troika" sobre o qual se trabalhou na quinta-feira passada em reunião preparatória para a próxima reunião de ministros de Finanças da eurozona.



Depois que do primeiro perdão participassem os credores privados - principalmente, bancos - de forma voluntária, esta proposta defende que, pela primeira vez, os estados europeus detentores de bônus soberanos helenos aceitem perder dinheiro.

A opção já foi contestada por uma série de países, com a Alemanha à frente, que se negam a perder parte do dinheiro que emprestaram a Atenas como medida extraordinária de apoio.



A publicação não indica a posição concreta dos demais membros da eurozona, especialmente aqueles países que encontram dificuldades para cumprir os limites de endividamento impostos pela Comissão.

O próprio ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, assegurou hoje em entrevista à rádio "Deutschlandfunk" que é "irreal" pretender que os credores públicos se somem a um novo perdão.
Ressaltou que os estados europeus têm "as mãos atadas" pela legislação comunitária em matéria orçamentária, já que não se pode dar mais dinheiro "a quem não cumpre suas obrigações".

"É mais realista um programa de recompra de dívida, no qual a Grécia, mediante novos créditos, recompre bônus antigos a seu atual preço de mercado, isto é, mais barato", acrescentou.

Por sua parte, o BCE - que faz parte da "troika", mas, além disso, acumula 40 bilhões de euros em bônus gregos - indicou na reunião preparatória que não pode somar-se a este novo perdão para credores públicos, porque seus estatutos lhe proíbem de financiar estados.

Em troca, se oferece a renunciar aos lucros que poderia obter com a dívida helena que possui, já que adquiriu os bônus a um preço de mercado muito inferior ao nominal.

O relatório provisório da "troika" pretende ainda, segundo a revista alemã, conceder dois anos mais à Grécia para cumprir os requisitos comprometidos, algo com o que se contava de forma oficiosa em Bruxelas, Berlim e outras capitais europeias.

No entanto, o texto põe preço a essa prorrogação: 30 bilhões de euros mais, segundo a Comissão e o BCE, e até 38 bilhões, segundo as estimativas do FMI.

Além disso, o relatório propõe 150 novas reformas para Atenas, entre as quais se destacam as dirigidas a liberalizar o mercado de trabalho, como a facilitação de demissões, a redução do salário mínimo e a eliminação dos privilégios de certas profissões.

O relatório final da "troika" deve ser pactuado antes do dia 12 de novembro, já que dele depende o pagamento de um novo lance do resgate, de 31,5 bilhões de euros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Educação Financeira com disciplina e inteligência.

Confira os 05 Estudos/Artigos/Notícias + acessados na semana