quinta-feira, 4 de abril de 2013

BCE mantém taxa de juros, mercados aguardam sinais de corte à frente


Por Eva Kuehnen

FRANKFURT, 4 Abr (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua taxa de juros nesta quinta-feira, aguardando para observar se a economia afetada pela recessão melhora e se a medida agressiva de política monetária do BC do Japão ajuda a zona do euro.

A atenção dos investidores voltam-se agora para a entrevista à imprensa de Draghi em busca de sinais sobre a prontidão dos bancos de reduzir os custos de empréstimos para os 17 países da zona do euro nos próximos meses.


Conforme o mundo se recupera da crise financeira, o BCE tem dado menos suporte à economia do que os BCs do Japão, Estados Unidos ou Grã-Bretanha, que lançaram fortes programas de compras de ativos com novo dinheiro e cortes de juros para perto de zero.

O BC do Japão foi ainda mais longe nesta quinta-feira. Seu novo presidente, Haruhiko Kuroda, chocou os mercados com reforma radical de sua política monetária, adotando nova meta de portfólio e prometendo dobrar seus títulos governamentais em dois anos, uma vez que busca encerrar quase duas décadas de deflação.

O BCE manteve sua principal taxa de juros na mínima recorde de 0,75 por cento nesta quinta-feira, mas esse ainda é o nível mais alto entre os principais bancos centrais do mundo.

"Foi como esperado", disse o economista do Citi Juergen Michels. "Na entrevista à imprensa, esperamos que adotem um tom mais flexível, levando em conta os recentes dados fracos de sentimento, a queda na inflação... e abrindo a porta para corte de juros no próximo mês ou no outro."

A pesquisa Índice de Gerentes (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta quinta-feira mostrou que o declínio econômico da zona do euro continuou pesando em março, marcado pela forte queda na atividade empresarial da França, que superou até mesmo Espanha e Itália.

O BCE, que foca na inflação pouco abaixo de 2 por cento, não deve buscar um caminho similar ao do Japão. A inflação na zona do euro desacelerou para 1,7 por cento em março. 㸀 "Além talvez de afrouxamento de algumas das regras de colateral de novo, não esperamos que o BCE esteja pronto para lançar qualquer programa em termos de compras de ativos", disse o economista do Citi Guillaume Menuet.

Após sinais de estabilização da economia da zona do euro no início do ano, março mostrou retrocesso, uma vez que o Chipre escapou por pouco do colapso financeiro ao garantir resgate no último minuto, além de a Itália ter enfrentado impasse pós-eleição.

A confiança econômica da zona do euro caiu após quatro meses de ganhos, pesquisas mostraram que a indústria no bloco se aprofundou na recessão e que a inflação desacelerou para 1,7 por cento, distanciando-se da meta do BCE de perto de 2 por cento.

A leitura de apenas um mês não será suficiente para alterar a postura do BCE, mas qualquer indicação de maior preocupação sobre as perspectivas de crescimento ou a inflação não passará despercebido na entrevista à imprensa de Draghi.

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