quarta-feira, 15 de maio de 2013

Alemanha não evita recessão mais longa da história da zona do euro



Por Robin Emmott e Sarah Marsh
BRUXELAS/BERLIM, 15 Mai (Reuters) - A economia da Alemanha voltou ao crescimento no início do ano, mas não o suficiente para evitar o sexto trimestre consecutivo de retração na zona do euro, enquanto a França caiu em recessão.
A queda da atividade no bloco significa que a economia dos 17 países está na mais longa recessão desde o início dos registros em 1995.
A economia da zona do euro encolheu 0,2 por cento no período entre janeiro e março, informou nesta quarta-feira a agência de estatísticas Eurostat, pior do que a contração de 0,1 por cento prevista em pesquisa da Reuters.
"A desgraça continua", afirmou o economista sênior do ING em Bruxelas, Carsten Brzeski. "Quase todos os principais países, exceto a Alemanha, estão em recessão, e até agora nada ajudou a parar essa espiral de queda."
Assim como a França, a economia encolheu no trimestre na Finlândia, Chipre, Itália, Holanda, Portugal e Grécia. Dados do mês passado mostraram que a economia da Espanha contraiu pelo sétimo trimestre seguido.
A Alemanha, que gera quase um terço da economia da zona do euro, cresceu 0,1 por cento, menos do que esperado, evitando a recessão da qual a França não escapou, mas destacando o impacto devastador da crise de dívida e bancária da zona do euro que levou o desemprego para o recorde de 19 milhões de pessoas.
A retração da França foi a primeira em quatro anos, depois de ter contraído 0,2 por cento nos primeiros três meses do ano, assim como no último trimestre de 2012.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, reportou o sétimo trimestre consecutivo de declínio, o mais longo desde que os registros começaram em 1970.
A recessão da zona do euro é agora mais longa do que os cinco trimestres consecutivos de contração que seguiram-se à crise financeira global de 2008 e 2009, embora não seja tão profunda.
O euro caiu para o menor nível em seis semanas ante o dólar, afetado pelos números anêmicos que ajudaram a manter vivas as chances de mais estímulo monetário do Banco Central Europeu (BCE).
O BCE cortou as taxas de juros para a mínima recorde no começo do mês e o seu presidente, Mario Draghi, disse que o banco está pronto para agir novamente se a economia piorar.
Uma pesquisa da Reuters com 65 economistas sugeriu que o crescimento deve voltar no segundo semestre deste ano, mas que não haverá recuperação forte até, pelo menos, 2015.
(Reportagem adicional de Gavin Jones em Berlim e Ingrid Melander em Paris)

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