sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Contratações nos EUA diminuem em julho mas taxa de desemprego cai.

Por Jason Lange
WASHINGTON, 2 Ago (Reuters) - Os empregadores dos Estados Unidos desaceleraram o ritmo de contratações em julho, mas a taxa de desemprego caiu mesmo assim, indicações mistas que podem tornar o Federal Reserve, banco central do país, mais cauteloso quanto a reduzir seu forte programa de estímulo econômico.

O número de empregos fora do setor agrícola aumentou em 162 mil, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.
Isso ficou abaixo da mediana em pesquisa da Reuters de 184 mil. Somando-se ao resultado abaixo do esperado, o governo também reduziu suas estimativas anteriores para as contratações em maio e junho.
Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego caiu 0,2 ponto percentual, para 7,4 por cento, menor nível desde dezembro de 2008. O aumento de empregos alimentou parte dessa queda, mas a força de trabalho também encolheu durante o mês, roubando parte do brilho da queda na taxa de desemprego.
Os dados reforçam a visão de que o mercado de trabalho está se inclinando para a recuperação, com a economia mais ampla ainda presa em um ritmo baixo de crescimento.
"Nós estamos, de certa forma, avançando lentamente aqui", disse o diretor-gerente da Rosenblatt Securities, Gordon Charlop.
A questão é se o ritmo de aumento de empregos é suficiente para que o Fed sinta que a economia dos Estados Unidos está preparada para avançar com menos suporte. O banco central do país compra atualmente 85 bilhões de dólares em títulos para manter os custos de empréstimos baixos.
O crescimento das vagas de emprego deixa o ganho média em três meses em 175 mil vagas, e as reações de investidores em relação aos dados foram mistas.
O programa de estímulo do Fed tem diminuído as taxas de juros, estimulando o crescimento no mercado imobiliário problemático do país e impulsionando as vendas de carros. O chairman do Fed, Ben Bernanke, disse no mês passado que o banco central irá provavelmente reduzir o nível das compras mensais até o fim do ano, e encerrá-las em meados de 2014.
PREOCUPAÇÕES ESTRUTURAIS
O relatório de emprego desta sexta-feira pode também estimular visões mais pessimistas sobre a economia.
Por exemplo, analistas se perguntam se o ritmo de criação de empregos pode ser sustentado dado o crescimento econômico mais lento que o esperado.
O Produto Interno Bruto cresceu a um ritmo anual de 1,4 por cento no primeiro semestre do ano, abaixo dos 2,5 por cento no mesmo período do ano passado.
A maioria dos economistas espera que o PIB irá acelerar no segundo semestre deste ano, o que tornaria mais plausível a continuação da atual tendência de contratações.
Mas o fato de que a criação de empregos vem sendo relativamente robusta, apesar da produção fraca, pode apontar para uma possibilidade preocupante: talvez o potencial de crescimento da economia tenha diminuído.
Isso significaria que menos produção é necessária para criar empregos, mas que as rendas cresceriam a um ritmo mais lento no longo prazo. A perspectiva de uma mudança estrutural desse tipo preocupa economistas e investidores.
O relatório desta sexta-feira mostrou que a semana média de trabalho diminuiu para 34,4 horas, enquanto os ganhos médios recuaram 0,1 por cento.
Além disso, o número de desempregados de longo prazo, embora tenha diminuído, permanece historicamente alto. Bernanke vem alertando que essa situação pode prejudicar o potencial de crescimento da economia.

(Reportagem de Jason Lange)

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