São Paulo, 16/08/2013 - O Banco Central tentou puxar o dólar para um lado, mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, empurrou a moeda para outro. Os comentários de Mantega, no início da tarde, coincidiram com o segundo leilão de swap cambial feito pelo BC, que tentava conter a aceleração do dólar ante o real. Ao dizer que "o câmbio atual é bem visto para a indústria" e que "o novo câmbio torna o setor produtivo brasileiro mais competitivo", o ministro ofuscou a atuação do BC. Com isso, o dólar chegou a se aproximar dos R$ 2,40, para depois encerrar o dia com alta de 2,09%, cotado a R$ 2,3920. Este é o maior patamar de fechamento desde 3 de março de 2009, quando marcou R$ 2,4120. Na semana, o dólar acumulou alta de 5,28% ante o real.
A moeda americana permaneceu em alta durante todo o dia, apesar de o BC, na noite de ontem, ter divulgado nota informando o início, nesta sexta-feira, da rolagem dos contratos de swap que vencem em setembro. Na prática, isso era uma indicação clara de que a autoridade monetária fará, até o fim do mês, de forma mais sistemática, leilões de swap. Hoje foram dois: o primeiro para rolagem, das 10h30 às 10h40, e o segundo, fora da rolagem, das 12h30 às 12h40.
No primeiro leilão de swap - operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro -, o BC vendeu os 20 mil contratos oferecidos (US$ 989 milhões). Ainda assim, a moeda americana se mantinha em alta ante o real, a despeito de, no exterior, a moeda estar caindo em relação a outras divisas.
No início da tarde, a moeda americana já se mostrava mais acelerada, o que fez o BC convocar o segundo leilão de swap, desta vez, de 40 mil contratos. Neste caso, a autoridade monetária vendeu pouco mais da metade da oferta: 21.600 contatos, ou US$ 1,075 bilhão). Vale lembrar que ontem o BC já havia informado que, além da rolagem, continuaria com sua "política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio".
O problema é que Mantega não ajudou. Profissionais ouvidos pelo Broadcast disseram que, embora a tendência para a moeda americana já fosse de alta, a fala do ministro, no momento do segundo leilão de swap, foi interpretada como uma espécie de "aprovação" para um dólar acima de R$ 2,30. "Os comentários do ministro foram fora de hora", disse profissional da mesa de câmbio de um banco. "Mantega desandou tudo", acrescentou outros analista.
O mercado de títulos dos EUA também favorecia o avanço da moeda americana, de acordo com o profissional do banco. As taxas dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) subiam, tornando o investimento no mercado norte-americano mais atraente, em detrimento do Brasil, onde o cenário é de desconfiança. Para piorar, o profissional chamou a atenção para o fato de as taxas dos contratos futuros de juros no Brasil também estarem alimentando a alta do dólar ante o real. "O dólar alto se reflete na alta dos juros.
E os juros também puxam o dólar, porque há a expectativa de que o aumento da Selic (a taxa básica de juros da economia) precise ser maior para segurar a moeda. Na verdade, o
câmbio bate nos juros e os juros batem no câmbio", disse, durante a tarde.
Neste cenário, analistas também voltaram a citar a necessidade de o BC, para acalmar o mercado, usar um arsenal mais forte, como os leilões no mercado à vista. "O real, e isso não é de hoje, é uma moeda de maior volatilidade", comentou Darwin Dib, economista-chefe da CM Capital Markets, para quem o BC deveria usar "mais força" para conter a elevação da moeda americana. Há pouco, às 17h06, o dólar para setembro tinha alta de 2,15% no mercado futuro, para R$ 2,4005.
Fonte: Estadão
A moeda americana permaneceu em alta durante todo o dia, apesar de o BC, na noite de ontem, ter divulgado nota informando o início, nesta sexta-feira, da rolagem dos contratos de swap que vencem em setembro. Na prática, isso era uma indicação clara de que a autoridade monetária fará, até o fim do mês, de forma mais sistemática, leilões de swap. Hoje foram dois: o primeiro para rolagem, das 10h30 às 10h40, e o segundo, fora da rolagem, das 12h30 às 12h40.
No primeiro leilão de swap - operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro -, o BC vendeu os 20 mil contratos oferecidos (US$ 989 milhões). Ainda assim, a moeda americana se mantinha em alta ante o real, a despeito de, no exterior, a moeda estar caindo em relação a outras divisas.
No início da tarde, a moeda americana já se mostrava mais acelerada, o que fez o BC convocar o segundo leilão de swap, desta vez, de 40 mil contratos. Neste caso, a autoridade monetária vendeu pouco mais da metade da oferta: 21.600 contatos, ou US$ 1,075 bilhão). Vale lembrar que ontem o BC já havia informado que, além da rolagem, continuaria com sua "política de intervenções pontuais no mercado futuro de câmbio".
O problema é que Mantega não ajudou. Profissionais ouvidos pelo Broadcast disseram que, embora a tendência para a moeda americana já fosse de alta, a fala do ministro, no momento do segundo leilão de swap, foi interpretada como uma espécie de "aprovação" para um dólar acima de R$ 2,30. "Os comentários do ministro foram fora de hora", disse profissional da mesa de câmbio de um banco. "Mantega desandou tudo", acrescentou outros analista.
O mercado de títulos dos EUA também favorecia o avanço da moeda americana, de acordo com o profissional do banco. As taxas dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) subiam, tornando o investimento no mercado norte-americano mais atraente, em detrimento do Brasil, onde o cenário é de desconfiança. Para piorar, o profissional chamou a atenção para o fato de as taxas dos contratos futuros de juros no Brasil também estarem alimentando a alta do dólar ante o real. "O dólar alto se reflete na alta dos juros.
E os juros também puxam o dólar, porque há a expectativa de que o aumento da Selic (a taxa básica de juros da economia) precise ser maior para segurar a moeda. Na verdade, o
câmbio bate nos juros e os juros batem no câmbio", disse, durante a tarde.
Neste cenário, analistas também voltaram a citar a necessidade de o BC, para acalmar o mercado, usar um arsenal mais forte, como os leilões no mercado à vista. "O real, e isso não é de hoje, é uma moeda de maior volatilidade", comentou Darwin Dib, economista-chefe da CM Capital Markets, para quem o BC deveria usar "mais força" para conter a elevação da moeda americana. Há pouco, às 17h06, o dólar para setembro tinha alta de 2,15% no mercado futuro, para R$ 2,4005.
Fonte: Estadão
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