JAPÃO: Expansão militar na Ásia precisa ser controlada, diz Abe

DAVOS 

   São Paulo, 22 de janeiro de 2014 - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, demonstrou novamente preocupação com a expansão militar na Ásia, principalmente na China, considerando provocativos os últimos esforços do país vizinho nesse setor.

   "Precisamos controlar a expansão militar na Ásia e os orçamentos
militares precisam ser completamente transparentes e verificados. Somente assim teremos paz e prosperidade. O Japão jurou que nunca mais entraria em uma guerra", declarou Abe, em discurso no Fórum
Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

   O primeiro-ministro ressaltou a preocupação com o aumento de 10% nos
gastos de defesa da China. "Eu vejo isso como uma provocação. A relação
entre o Japão e a China hoje é como a da Alemanha e Inglaterra em 1914: somos
parceiros comerciais com interesses mútuos, mas é preciso paz para isso dar
certo", comparou Abe.

   Sobre a polêmica visita ao santuário Yasukini, Abe disse que não se
arrependeu nem pediu desculpas. "Estava prestando homenagem às almas de
milhões de soldados e civis japoneses que foram heróis. Acho que todos os
chefes de Estado devem fazer isso", explicou.

   Abe disse ainda que a economia do Japão está saindo da deflação e no
caminho certo para a consolidação fiscal. "Nosso crescimento econômico
expandiu drasticamente. É um novo amanhecer para o Japão", declarou.

   Sobre reformas, Abe garantiu que o governo japonês trabalhará para abrir o
mercado de eletricidade, modificar o sistema de impostos corporativos, aumentar
a competitividade da indústria e inserir mais as mulheres no mercado de
trabalho. "Nosso PIB pode crescer 6% a mais se as mulheres tiverem a mesma
participação que os homens", acrescentou.

    Paula Selmi / Agência CMA