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Taxa de Juros - Selic |
ingerência política, o mercado financeiro mostra-se dividido. Há argumentos tanto para a manutenção quanto para um aperto da Selic, em março, ou mesmo para uma redução da taxa no horizonte à frente.
Desse modo, o economista do ABC Brasil, Luis Otávio Leal, afirma que é preciso acompanhar a evolução do cenário macroeconômico, doméstico e internacional, e ver o que vai piorar mais até a próxima reunião. "Se será a atividade doméstica, a inflação no país, ou as variáveis China-petróleo", aponta.
Para ele, o Copom acertou no conteúdo da justificativa para manter a Selic estável pela quarta vez seguida, apresentada na ata do primeiro encontro de 2016, mas o problema foi a forma equivocada na comunicação. Contudo, Leal avalia que o BC não poderia fechar a porta, deixando em aberto os próximos passos de política monetária.
Na curva de juros futuros, cálculos da Quantitas Asset mostram que no dia da divulgação do documento do BC, as chances de manutenção do juro no próximo mês passaram de apenas 3% na véspera para 40%, chegando a 50% no início deste mês - os outros 50% apostam em alta de 0,25 ponto percentual. Já na primeira pesquisa Focus após a ata, os economistas passaram a projetar,
pela primeira vez no ano, que não haverá ciclo de aperto monetário em 2016.
À esquerda ou para baixo?
Essa mudança em relação à Selic reforça a percepção "de guinada à esquerda" por parte do BC, na visão do estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno. Para ele, embora não seja na mesma intensidade do que se viu no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, tal estratégia "tende a prolongar a recessão".
Isso porque, segundo Rostagno, as expectativas inflacionárias continuarão subindo, ficando ainda mais desancoradas, dificultando o trabalho de convergência do BC e afetando o crescimento e a eficiência do país. "Corremos o sério risco de não cumprir as metas de inflação por vários
anos", diz.
Já para o diretor do departamento econômico (Depec) do Bradesco, Octavio de Barros, a ancoragem das expectativas virá da brutalidade do ajuste recessivo em curso. Para ele, a recessão no Brasil, combinada com a desaceleração da economia mundial, que seguirá deflacionária, sugere que a chance de mudança de rumo do Copom é pequena.
Dessa forma, não se vê a porta aberta para qualquer possibilidade de aumento dos juros em breve, diz. Ao contrário, diante do "tom" do Copom para o cenário externo, o Bradesco avalia que "o próximo passo será de baixa" e esse movimento pode acontecer "dentro de uns seis meses", levando
a Selic para 13,25% ao final de 2016.
Opinião semelhante tem o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn. Para ele, a probabilidade de o Copom cortar a taxa Selic no primeiro trimestre deste ano é baixa, ainda mais após o resultado "salgado" do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro, que foi o maior para o mês desde 2003.
Contudo, Goldfajn acredita que a inflação oficial no país irá desacelerar até o fim do ano, desde que a taxa de câmbio fique estável. "Trata-se uma força que não vai deixar os preços subirem mais", diz. Mas é preciso haver persistência nesse movimento. "Aí o mercado pode começar a cobrar cortes na Selic", finaliza.
Fonte: Olívia Bulla / Agência CMA
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