São Paulo, 6 de março de 2012 - Com a trajetória de redução da taxa
básica de juros (Selic) e a possibilidade da taxa atingir um dígito este ano,
o Banco Central (BC) indica que tem testado patamares mais baixos de taxas de
juros reais no Brasil e acredita que a taxa de juros de equilíbrio - que não
provoca inflação - está mais baixa no País. Recentemente, o BC divulgou
pesquisa que mostrou que o mercado vê uma redução da taxa de equilíbrio,
porém, analistas acreditam que a autoridade monetária trabalha com uma taxa de
equilíbrio ainda mais baixa.
De acordo com a pesquisa feita pelo BC, o mercado financeiro vê que a taxa
de equilíbrio atual está em cerca de 5,5%. Houve uma redução em relação a
novembro de 2010, quando o BC realizou a mesma pergunta ao mercado. Na ocasião,
a mediana das respostas ficou em 6,75%.
Quase 90% dos economistas e analistas ouvidos pelo Banco Central (BC)
também afirmaram acreditar que a taxa de juros real de equilíbrio/neutra no
Brasil diminuiu nos últimos dois anos e 44% acredita que deva cair mais nos
próximos dois anos.
Segundo a autoridade monetária, o objetivo da pesquisa foi "reduzir a
assimetria de informações entre os participantes do mercado". No entanto,
economistas acreditam que o BC ainda trabalha com uma taxa de juros real mais
baixa.
"Acho que estamos tendo redução da taxa de juros de equilibrio, mas na
minha avaliação ele [BC] trabalha com uma taxa que é abaixo da nossa. De
fato, há desejo do Planalto para que taxa vá para um digito, o válido é ele
estar aberto a ouvir o mercado. Acredito que a taxa com a qual ele opera é em
torno de 5%", avalia Flávio Combat, economista-chefe da Concórdia Corretora.
Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, concorda. "O
numero médio está em torno de 5,5%, concordo que há tendencia de queda dos
juros nos últimos anos e deve ter continuidade, mas o BC trabalha com juros
ainda mais baixos", disse.
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