sexta-feira, 4 de maio de 2012

Produção industrial recua 0,5% em março--IBGE


RIO DE JANEIRO, 3 Mai (Reuters) - A produção industrial brasileira caiu 0,5 por cento em março frente a fevereiro, evidenciando dificuldades para que a indústria se recupere, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Na comparação com março de 2011, a produção diminuiu 2,1 por cento, sétimo resultado negativo seguido neste tipo de comparação.
Ainda segundo o IBGE, o primeiro trimestre de 2012 fechou com recuo de 3 por cento quando comparado com um ano antes e contração de 0,5 por cento sobre o quarto trimestre de 2011. A queda de 3 por cento foi o pior resultado para um trimestre desde o terceiro trimestre de 2009, quando a indústria foi fortemente afetada pela crise mundial.
"O resultado mostra claramente um menor dinamismo da indústria brasileira, ou seja, um redução mesmo da produção. Ainda que haja uma redução nos juros, há outros fatores que contribuem para esse dinamismo menor da indústria", disse à Reuters o economista do IBGE, André Macedo.
De acordo com IBGE, alguns fatores conjunturais continuam prejudicando a indústria brasileira, entre eles o dólar baixo, a entrada de importados e o desempenho fraco da economia.
Os números vieram bem aquém do esperado, já que economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 1,30 por cento em março sobre fevereiro, segundo a mediana das projeções. Para a comparação com março do ano passado, a previsão era de alta de 1,5 por cento.
As previsões para o crescimento mensal da indústria variaram de 0,70 a 2,60 por cento, e as estimativas para a variação anual foram de queda de 0,60 por cento a alta de 2,70 por cento.
O dado de fevereiro ante janeiro foi mantido com alta de 1,3 por cento mas, na comparação anual, o IBGE revisou o dado de fevereiro, com a queda informada anteriormente, de 3,9 por cento, passando para baixa de 4 por cento.
De acordo com o IBGE, houve queda da produção industrial em 18 dos 27 setores pesquisados na comparação mensal em março, com destaque para o de Edição, impressão e reprodução de gravações (-7,1 por cento) e Refino de petróleo e produção de álcool (3,6 por cento). Na ponta oposta, o IBGE destacou o avanço no setor de Veículos automotores (+11,5 por cento).
"Depois de dois meses de redução na produção, em março a produção de veículos voltou a crescer. Mas como os estoques estão elevados, nada impede que haja novas quedas nos próximos meses", completou o economista.
O setor industrial, apesar dos esforços do governo, já vinha dando sinais de que ainda patina. Por exemplo, o Índice de Gerentes de Compras de Produção Industrial (PMI, na sigla em inglês) do instituto Markit divulgado na quarta-feira recuou para 49,3 em abril, ante 51,1 em março.
Ao ficar abaixo da marca de 50 pontos, que separa contração da expansão, depois de três meses seguidos acima desse nível, o índice aponta para "a primeira deterioração nas condições operacionais do setor industrial em 2012", segundo o instituto.
Recentemente, o governo lançou um pacote de estímulo à indústria que englobou desde a desoneração da folha de pagamentos de alguns setores até novos aportes oficiais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de 45 bilhões de reais. O objetivo é garantir um crescimento da economia brasileira na casa de 4 por cento neste ano.

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