SÃO PAULO, 12 Jun (Reuters) - Diante do cenário externo ainda conturbado e pela ausência do Banco Central no mercado, o dólar fechou essa terça-feira com leve alta ante o real pela segunda sessão seguida.
Segundo operadores, a expectativa é que a moeda norte-americana continue registrando ganhos, mas sempre com um olho numa eventual volta em alta e que o BC volte a fazer intervenções.
O dólar fechou com alta de 0,37 por cento, a 2,0650 reais na venda, a maior cotação desde o dia 22 de maio deste ano, quando o dólar fechou em 2,0804 reais e o BC havia feito dois leilões de swap cambial tradicional -que equivalem a uma venda no mercado futuro.
Durante o dia, a moeda mostrou alguma volatilidade, oscilando entre 2,0480 reais, quando caiu 0,45 por cento pela manhã, e a máxima de 2,0712 reais, quando subiu 0,68 por cento durante a tarde.
"Estamos com uma forte influência de tudo o que está acontecendo no cenário externo... O mercado também pode ter sido influenciado por investidores que precisam fazer zeragem de posições e que gostaria que o BC entrasse no mercado", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Galhardo explica que até a sexta-feira passada a moeda norte-americana ainda ficou em torno de 2,02 reais por alguns dias, e que investidores que fizeram posições com a moeda nesse patamar, mas viram que o dólar continuou a subir agora podem estar querendo se desfazer dessas posições quando o dólar voltar a cair.
No entanto, o gerente acredita que o BC não interveio por achar que mercado estava equilibrado e a moeda não ter tido uma alta repentina. "Se o dólar tivesse subido de 2,03 para 2,07 muito rapidamente, talvez ele entrasse. Mas hoje não houve grandes negócios no dia, então acho que ele ficou tranquilo", disse.
Na véspera, porém, o BC fez um leilão de swap tradicional com a moeda em torno de 2,03 reais e mesmo assim o dólar continuou subindo, fechando com alta de 1,64 por cento ante o real. A alta fez com o mercado esperasse outra atuação do BC , que não ocorreu.
O operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovidio Soares também acredita que o mercado testou se o BC entraria no mercado, além de citar o cenário externo.
"O mercado está com muita volatilidade e muita especulação. O cenário externo também conta, é uma somatória desses dois fatores, mas eu acho que a especulação vem em primeiro lugar", disse.
O ambiente internacional continua conturbado em função das preocupações com a zona do euro, especialmente em relação a situação da Espanha, mesmo depois da aprovação de uma ajuda de 100 bilhões de euros ao país.
Os yields de títulos da Espanha, por exemplo, voltaram a subir nesta terça-feira.
Além disso, o mercado aguarda com grande expectativa as eleições na Grécia, que ocorrem neste domingo, dia 17 de junho.
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