ATENAS, 24 Jul (Reuters) - O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, afirmou nesta terça-feira que vai pressionar pela implementação de profundos cortes de gastos e criticou --sem citar nomes-- autoridades estrangeiras por sabotarem os esforços do país para resolver seus problemas.
Samaras falou a membros de seu partido no momento em que inspetores da troika --trio de credores internacionais que mantêm a Grécia viva-- retornam a Atenas para relançar seu plano econômico.
As autoridades do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu têm que decidir se manterão o país vivo com o resgate de 130 bilhões de euros ou se o deixarão quebrar.
Samaras afirmou no discurso que algumas autoridades estrangeiras estão fazendo declarações irresponsáveis, prevendo que a Grécia não terá sucesso.
"Eu digo isso aberta e publicamente: eles prejudicam nossos esforços nacionais. Fazemos tudo o que podemos para colocar o país de novo em ordem e eles fazem tudo o que podem para a gente fracasse", disse.
Ele não explicou a quem exatamente estava se referindo, mas no domingo o ministro da Economia alemão, Philipp Roesler, tinha dito não esperar que a Grécia cumpra as exigências, o que, nas palavras dele, impediria Atenas de receber mais dinheiro.
A Grécia está atrasada com as metas acordadas como condições de seu acordo de resgate, principalmente devido a um limbo eleitoral de três meses, já que teve problemas para formar um governo e há uma resistência às reformas por parte de sindicatos e por causa de interesses especiais.
Embora busque renegociar alguns dos termos do resgate, Samaras disse que autoridades gregas têm que demonstrar avanço nos cortes de gastos.
Existem certos atrasos no programa acordado deste ano, e temos que rapidamente recuperar isso", disse Samaras. "Não vamos nos enganar, ainda existem muitos desperdícios no setor público e isso tem que acabar", acrescentou.
Samaras disse que a economia pode encolher mais de 7 por cento em 2012 e que a Grécia levará dois anos para retornar ao crescimento. O desemprego está perto de 24 por cento, disse ele.
Autoridades da troika dizem que Atenas não está conseguindo implementar medidas para impulsionar o crescimento, como privatizações, reforma tributária e abertura de mercados.
"O programa não surtiu os resultados desejados porque não foi implementado. Primeiro temos que ver o governo cumprir seus compromissos e então decidir se funciona ou se precisa ser ajustado", disse uma fonte da troika à Reuters em condição de anonimato.
Uma equipe da troika chegou a Atenas na segunda-feira. Os chefes da missão chegarão ainda nesta semana e devem se encontrar com o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, na quinta-feira.
Samaras vai se reunir com os chefes da troika na sexta-feira, depois de reunião com os líderes políticos que apoiam seu governo.
(Reportagem adicional de Harry Papachristou)
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