sexta-feira, 20 de julho de 2012

PERSPECTIVA: Pedido de resgate na Espanha derruba índices mundiais


   São Paulo, 20 de julho de 2012 - O pedido de resgate financeiro de uma 
região da Espanha ao governo central acendeu o sinal de alerta entre os

investidores em relação a efetividade das medidas que vêm sendo adotadas para
controlar a crise econômica no país e, consequentemente na Europa. A notícia
provoca uma queda generalizada nos índices acionários mundiais. No Brasil, o
Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, há pouco, recuava 1,67%, a 54.421
pontos. No mercado futuro, o contrato do Ibovespa com vencimento em agosto caía
2,02%, a 54.620 pontos. A cautela dos investidores também pode ser sentida no
baixo volume negociado na bolsa, de pouco mais de R$ 3 bilhões.

   Valência é a primeira comunidade autônoma a solicitar um resgate
financeiro ao governo central da Espanha. A administração local entrou com uma
solicitação depois de aprovar formalmente sua adesão ao Fundo de Liquidez
Autônoma (FLA), mecanismo criado pelo governo para que as comunidades possam
cumprir com seus compromissos financeiros diante da falta de liquidez dos
mercados. Especula-se que o valor seja de 3 bilhões de euros. As informações
são do periódico espanhol "El País".

   "As quedas nas bolsas, de uma forma geral, estão relacionadas com a
Europa, principalmente com esse pedido de ajuda de Valência. O governo espanhol
também já sinalizou um cenário de recessão da economia no próximo ano, o
que reforça as críticas a todas as medidas de austeridade adotadas no curto
prazo", explica Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole. A
notícia sobre Valência praticamente neutraliza a boa repercussão  aprovação
da ajuda financeira do Eurogrupo (grupo que reúne os ministros de Finanças da
 zona do euro), de até 100 bilhões de euros, aos bancos da Espanha.

   O efeito nas bolsas foi intenso e todos os índices europeus caíram, com
destaque para o Ibex-35, de Madrid, com queda de 5,82%. O DAX, de Frankfurt,
recuou 1,90%, o FTSE 100, da bolsa de Londres, caiu 1,09%. Sem indicadores
locais, as bolsas norte-americanas também repercutem a notícia espanhola, e
índices também operam em queda. O S&P 500 recuava 0,78%, o Nasdaq Composto
descia 1,12%, e o Dow Jones caía 0,79%.

   Com o mau humor generalizado, as ações mais atingidas hoje na BM&FBovespa
são as da Vale e Petrobras, que têm o maior volume negociado. O papel
preferencial das companhias (VALE5 e PETR4) desvalorizavam mais de 2%. Todos os
índices setoriais, que medem o desempenho das ações em seus setores, têm
forte queda, com destaque para o Imob, de construção, caindo 2% e Icon, de
consumo e varejo, com queda de 1,33%.

   Para João Pedro Brugger, analista de investimentos da Leme Investimentos, a
queda dos índices de hoje também acontece associada a um movimento de
realização [venda de papéis] após pregões sucessivos de alta. "Hoje, a
agenda de indicadores é fraca e depois de alguns dias de alta, o mercado
aproveita para liquidar ações e fazer ajustes", diz Brugger.

   Petróleo

   Entre os contratos de petróleo, o WTI de agosto, negociado em Nova York,
operava em queda de 1,60%, a R$ 91,17o barril. Em Londres, o Brent para
setembro, perdia 1,26%, a US$ 106,40.

    Câmbio

   O dólar comercial operava em alta de 0,59%, cotado a R$ 2,0250. O contrato
futuro, com vencimento em agosto, subia 0,54%, a R$ 2.028,000.
           
    Juros
   
   Os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) operavam em alta no
pregão de hoje. O contrato mais líquido era o com vencimento em janeiro de
2014, que subia de 7,69% para 7,79%, com volume de R$ 47,770 bilhões, seguido
do contrato para janeiro de 2013, que subia de 7,41% para 7,42%, movimentando R$
 37,866 milhões.

    Paula Pereira / Agência Leia

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