terça-feira, 9 de outubro de 2012

Consumo de celulose pela China pode triplicar até 2025 Em até 13 anos, segundo a Pöyry, o crescimento da produção mundial de papel e cartão ficará concentrado na Ásia, principalmente na China


SÃO PAULO - O consumo de celulose pela China pode chegar a triplicar até 2025, com a maior parte da demanda chinesa pelo insumo sendo abastecida pelo Brasil, segundo dados apresentados pela consultoria finlandesa Pöyry nesta terça-feira.

Se considerado o volume total de celulose consumido pela China no ano passado, 3,9 milhões de toneladas saíram da América do Sul, sendo a maior parte desse volume proveniente do Brasil, de quem a China é o maior comprador individual. Em 2025, conforme a consultoria, este número pode chegar a até 12 milhões de toneladas por ano.
Commodity_papel_celulose
Em 2011, a Ásia já se mostrou como maior produtora mundial de papel e cartão, com 177 milhões de toneladas anuais, comparado a 20 milhões na América Latina.
Até 2025, segundo a Pöyry, o crescimento da produção mundial de papel e cartão ficará concentrado na Ásia, principalmente na China, acrescentando 86 milhões de toneladas por ano no período, enquanto a América Latina deve responder por aumento de 9 milhões de toneladas.
A Ásia também já é a principal consumidora de fibra para papel (papel reciclado e fibra virgem), com consumo de 186 milhões de toneladas em 2011, volume que deve ser acrescido de 88 milhões de toneladas até 2025.
O atual cenário no qual o setor está inserido, entretanto, tem levado a preocupações quanto à capacidade de o Brasil atender essa demanda crescente.
"Os dados de exportação mostram perdas importantes de volume e receita", afirmou a presidente da associação do setor de papel e celulose Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes, durante evento do setor nesta terça-feira.
Segundo ela, a queda de receita com exportações no ano até setembro está em 11 por cento no segmento de papel e em 9 por cento em celulose, com os preços encontrando resistência para recuperação.
"A crise agora é mais profunda, mais abrangente, mais duradoura que a de 2009... A Europa, que é o grande comprador, não se recupera", disse Elizabeth. "É fundamental uma reação do mercado, somos importantes fornecedores e cada vez mais a celulose brasileira será demandada."
Também citando o ambiente de incerteza com a economia mundial, reflexo da crise de dívida europeia e da recuperação lenta dos Estados Unidos, o vice-presidente da Pöyry, Carlos Farinha, assinalou que o setor irá fechar 2012 com resultados inferiores aos registrados no ano passado. 
Segundo ele, a produção de celulose no Brasil deve ficar perto de 14 milhões de toneladas este ano e a de papel, ao redor de 10 milhões de toneladas. 
"A consolidação do setor poderia ajudar (na recuperação do setor) e acredito que vai acontecer, porque o mercado é muito fragmentado", disse ele. "O desenvolvimento de plantações também é chave para evolução do setor." 
Farinha citou ainda a necessidade de o Brasil "sair do foco da celulose e papel e se expandir para os diversos usos da madeira, abrindo o leque de oferta de produtos florestais". 
"As florestas podem oferecer cinco mil produtos diferentes para uso pelo ser humano", acrescentou. 
Nesse sentido, a produtora de celulose Fibria anunciou na semana passada aquisição de participação na empresa norte-americana de tecnologia de biocombustível Ensyn, por 20 milhões de dólares, visando investimento na produção de combustíveis líquidos e químicos a partir de biomassa no Brasil.

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