Por Nick Edwards e Kevin Yao
PEQUIM, 9 Nov (Reuters) - A economia da China avançou ainda mais na estrada da recuperação ante o crescimento mais lento em três anos, mostraram nesta sexta-feira dados para outubro, ao passo que o investimento em infraestrutura acelerou e a produção das fábricas do país cresceram no ritmo mais rápido em cinco meses.
A melhora em importantes indicadores de atividade no mês passado, após sinais de recuperação nos dados de setembro, cimentaram a visão de muitas analistas e investidores de que a recuperação da China está agora ganhando força graças a uma série de políticas pró-crescimento tomadas pelo governo nos últimos meses.
"Está muito claro que não há risco de pouso forçado, que a economia irá melhorar no quarto trimestre e que nós veremos um crescimento de 9 por cento na base anual no primeiro semestre do ano", afirmou à Reuters o economista-chefe e estrategista para Ásia com exceção do Japão do Credit Agricole CIB, Dariusz Kowalczyk.
Esse são sinais fortes de crescimento após sete trimestres consecutivos de desaceleração da atividade puxarem a taxa de expansão econômica para 7,4 por cento no terceiro trimestre --a mais lenta desde o começo de 2009-- deixando a segunda maior economia do mundo a caminho de marcar seu ano mais fraco desde 1999.
A pesquisa da Reuters feita após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre previu crescimento de 7,8 por cento no primeiro semestre de 2013, mas Kowalczyk não está sozinho em posicionar-se acima do consenso --e por estar mais convencido de que os números de outubro são um ponto de virada.
"A questão-chave para os investidores é se o crescimento econômico da China realmente chegou ao ponto mais baixo", afirmou o economista-chefe para a China do Bank of America/Merrill Lynch em Hong Kong, Ting Lu, em nota aos clientes.
"Baseados nos dados de outubro, especialmente a leitura de crescimento de 9,6 por cento da produção industrial, a resposta é com certeza 'sim'", disse Lu, que espera que o crescimento do PIB chinês atinja o ritmo de 8,3 por cento no primeiro semestre de 2013, aumentando em relação à taxa de 7,8 por cento do quarto trimestre.
Os ativos de risco foram, de certa forma, menos enfáticos em sua resposta aos números que mostraram surpresas positivas na produção industrial, investimento em ativos fixos --que tiveram alta de 20,7 por cento nos primeiros dez meses do ano-- e vendas no varejo, que cresceram 14,5 por cento em outubro ante o ano anterior.
INFLAÇÃO
Os dados desta sexta-feira, termômetros essenciais tanto da atividade doméstica como da produção do setor industrial da China voltado para exportações, deram mais evidências que o afrouxamento da política funcionou e deixaram espaço para as autoridades fazerem ainda mais se necessário.
A inflação ao consumidor desacelerou para o ritmo mais lento em quase três anos em outubro, com aumento de 1,7 por cento em relação ao ano anterior, menor que a leitura de 1,9 por cento registrada em setembro. Economistas consultados pela Reuters esperavam que a inflação ficasse estável.
Os preços nos portões das fábricas caíram 2,8 por cento em outubro ante o mesmo período do ano passado, um pouco mais rápido do que a previsão de queda de 2,7 por cento, mas aliviando em relação à queda anual de 3,6 por cento vista em setembro, bons resultados para um setor corporativo que luta para lidar com a queda dos lucros devido à deflação dos preços ao produtor.
(Reportagem adicional da equipe econômica de Pequim)
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