quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Exportações alemãs recuam no ritmo mais rápido desde dezembro de 2011


Por Sarah Marsh
BERLIM, 8 Nov (Reuters) - As exportações da Alemanha recuaram no ritmo mais rápido desde o final do ano passado e as importações também caíram em setembro, ampliando as evidências de que a crise da zona do euro começou a afetar com força a maior economia do bloco.

Os números surgem após uma série de dados decepcionantes da maior potência econômica da Europa, onde o sentimento empresarial piorou, o setor privado contraiu, o desemprego subiu e as encomendas industriais recuaram no ritmo mais forte em um ano.
"A crise da dívida chegou na Alemanha: no final de 2012, a demanda mais fraca do exterior soma-se à incerteza que tem pesado sobre os investimentos desde o verão de 2011", disse Andreas Scheuerle, do Dekabank.
As importações recuaram 1,6 por cento e as exportações diminuíram 2,5 por cento, de acordo com dados do Escritório Federal de Estatísticas nesta quinta-feira, diante de estimativa em pesquisa da Reuters de quedas de 0,1 por cento e 1,5 por cento respectivamente.
O superávit comercial ajustado sazonalmente recuou para 17,0 bilhões de euros ante 18,1 bilhões em agosto. A estimativa era de que caísse para 16,8 bilhões de euros.
Por um bom tempo a Alemanha pareceu ser impenetrável aos problemas da zona do euro, mas está agora sucumbindo e muitos economistas esperam uma contração no quarto trimestre.
As exportações tinham conseguido um bom desempenho neste ano, e recuaram em apenas quatro dos nove meses, uma vez que a demanda da Ásia compensou o apetite mais fraco em países europeus que enfrentam medidas de austeridade.
Mas os dados desta quinta-feira sugerem que isso não será mais suficiente.
Os detalhes dos dados comerciais em uma base não ajustada mostraram que as exportações para países da zona do euro recuaram 9,1 por cento no ano em setembro, com as exportações para países de fora da Europa subindo 1,8 por cento.
"Essa é uma notícia ruim para o crescimento alemão. Provavelmente não haverá nenhum impulso do comércio exterior", disse Christian Schulz, do Berenberg Bank. "Isso enfraquece o Produto Interno Bruto. Estamos dependendo da demanda doméstica."
Entretanto, a queda nas importações também levanta questões sobre o nível da demanda doméstica, o que muitos economistas esperavam que fosse impulsionar o crescimento durante a crise da zona do euro e a desaceleração econômica global.
O governo alemão reduziu no mês passado sua estimativa para o crescimento no próximo ano para 1 por cento, e seu painel de conselheiros econômicos reduziu ainda mais essa estimativa nesta semana, prevendo expansão de 0,8 por cento.
(Reportagem adicional de Rene Wagner, Annika Breidthardt e Madeline Chambers)

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