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O dólar encerrou a sexta-feira em leve queda ante o real, favorecido pela notícia de que o Deutsche Bank estaria perto de um acordo com autoridades dos Estados Unidos para reduzir significativamente o valor de uma multa, o que trouxe de volta a busca por ativos de risco.
O dólar recuou 0,12 por cento, a 3,2517 reais na venda. Na mínima do dia, o dólar marcou 3,2299 reais e, na máxima, 3,2610 reais. Na semana, a moeda avançou 0,14 por cento.
"Na hora que a notícia (do Deutsche Bank) foi divulgada, houve efeito imediato nos mercados, reduzindo a pressão por risco. Mas, no restante da tarde, houve uma tranquilizada nos negócios e os investidores só foram administrando até o fechamento da sessão", comentou um operador da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
Segundo a agência de notícias France Presse, o Deutsche Bank está perto de um acordo com autoridades norte-americanas para pagar 5,4 bilhões de dólares resolver acusações relacionadas à venda de títulos lastreados em hipotecas antes da crise financeira. O valor está bem abaixo do valor cobrado inicialmente pelos EUA, de 14 bilhões de dólares.
O dólar também caiu ante moedas emergentes, como o rand sul africano e o peso mexicano. O dólar futuro cedia 0,4 por cento nesta tarde.
Em setembro, a moeda norte-americana avançou 0,69 por cento ante o real, e fechou o trimestre com ganho de 1,2 por cento. No ano, o dólar ainda acumula queda de 17,64 por cento ante a moeda brasileira.
Mais cedo, havia ainda pressão baixista decorrente da disputa pela formação da Ptax de final de mês, taxa de câmbio usada para liquidação de derivativos cambiais.
Os vendidos na disputa reforçaram suas posições de recuo do dólar ante o real ao longo do mês em meio a crescentes apostas de que é iminente um corte de juros pelo Banco Central brasileiro, sobretudo depois que o Relatório Trimestral de inflação trouxe projeções dentro da meta para o IPCA em 2017 e 2018. Daí a pressão baixista na Ptax desta sexta-feira.
As declarações do presidente Michel Temer na manhã desta sexta-feira também repercutiram no mercado de câmbio.
O presidente defendeu a aprovação da PEC do teto dos gastos e se disse confiante de que o texto passará pelo Congresso. Segundo ele, sem controle de gastos não há confiança que se traduza em investimentos e consumo.
"O mercado gosta quando fala sobre controle de gastos e sinaliza que as coisas estão sob controle", comentou um gestor de renda fixa de uma corretora nacional.
Outra pressão baixista da moeda veio dos leilões de linha que o Banco Central fez na parte da tarde, com oferta de 4 bilhões de dólares, sendo 1,6 bilhão de dólares em dinheiro novo e 2,4 bilhões de dólares para rolagem.
No início da sessão, a moeda norte-americana chegou a subir ante o real, com a aversão ao risco remanescente da véspera, quando a agência Bloomberg noticiou que fundos estavam desmontando posições mantidas no Deutsche Bank, o que reforçou as preocupações sobre a saúde do banco.
O presidente-executivo da instituição, John Cryan, tentou nesta sexta-feira tranquilizar sua equipe ao afirmar que o banco é sólido e tem mais de 20 milhões de clientes.
Fonte: Reuters (Por Claudia Violante)
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