sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PERSPECTIVA PETRÓLEO E GÁS: Futuro de OGX ainda divide o mercado


   São Paulo, 17 de agosto de 2012 - Os percalços operacionais enfrentados
pela OGX, empresa de exploração e produção de petróleo do Grupo EBX, no

último trimestre - a exemplo da menor produção no Campo de Tubarão Azul - e
a perspectiva de uma diminuição no nível de investimentos para 2013 deixam os
investidores receosos quanto à rentabilidade futura das ações da companhia
na BM&FBovespa. Com isso, as corretoras divergem suas recomendações para os
papéis.

   O Banco do Brasil Investimentos tem uma perspectiva positiva para a
companhia de Eike Batista. O analista Nataniel Cezimbra afirmou que a corretora
está revisando os preços para os papéis, mas acredita que o papel tem
potencial para voltar a render. "É uma ação que está muito descontada. E
esse desconto está baseado em um movimento de mercado e não em fundamentos.
Continuamos acreditando no potencial da OGX para o médio e longo prazo",
afirma.

   Cezimbra afirma que a redução de Capex anunciada pela empresa para o
próximo ano também pode ser vista por um viés positivo. A OGX reduzirá seu
patamar de investimentos para US$ 1,2 bilhão em 2013, queda de 43% na
comparação com este ano, quando o montante deverá chegar a US$ 2,1 bilhões.
"Mostra que a empresa está trabalhando com metas mais realistas daqui para
frente. Ela tem quase R$ 6 bilhões em caixa e tem que começar a gastar isso,
consumir esse caixa ao longo do tempo. A partir do ano que vem, passará a ser
operacional", ressalta.

   Para o Itaú BBA, a leitura da teleconferência realizada pela empresa - e
aguardada com ansiedade pelo mercado - foi negativa, especialmente por conta dos
dados referentes à acumulação de Ingá, que deverá fazer a companhia rever
os seus planos de desenvolvimento para esta acumulação - considerada como
reserva em potencial pela certificadora DeGolyer & MacNaughton (D&M)- e também
para Petrobras.

   Em relatório assinado por Paula Kovarsky, o Itaú BBA também ressalta que
os resultados negativos em Villavelha, que a companhia definiu como inesperados,
também deverão fazer com que a companhia reveja seus planos, desta vez para a
 exploração da camada pré-sal da Bacia de Campos.

   O Itaú mantém a recomendação de outperform para os papéis, com
preço-justo de R$ 12,30, valorização de 97,74% com relação ao preço de
R$ 6,22 do último pregão.

   Marcus Serqueira e Luiz Fonseca, do Deutsche Bank, também relatam a
decepção com os resultados de Ingá e ressaltam ainda que os números da
companhia ainda podem mudar para pior. "Embora o plano de desenvolvimento da
empresa para Waikiki estime volumes recuperáveis de 285 milhões de barris,
próximos dos 302 milhões apontados pela D&M, concluímos que ainda há risco
de queda para estes números", declaram.

   O Deustche permanece com a recomendação de venda e estipula um preço-alvo
de R$ 4, queda de 35,7% ante o preço no pregão de ontem. "O mercado ainda
não precificou corretamente os riscos de desenvolvimento e produção da
companhia", afirmou.

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