segunda-feira, 21 de março de 2016

Petrobras tem prejuízo recorde de R$36,9 bi no 4º tri e suspende dividendos

 
PETROBRÁS S/A.

A Petrobras registrou prejuízo líquido recorde de 36,938 bilhões de reais no quarto trimestre de 2015, com o resultado sendo afetado fortemente por baixas contábeis de quase 50 bilhões de reais relacionadas ao declínio dos preços do petróleo e à perda do grau de investimento, informou a empresa nesta segunda-feira.

As perdas líquidas superaram até mesmo o prejuízo de 26,6 bilhões de reais no mesmo período do ano anterior, quando a petroleira lançou perdas com o esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.
No ano passado como um todo, o prejuízo foi de 34,836 bilhões de reais, ante prejuízo de 21,587 bilhões de reais em 2014. O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, anunciou que, devido ao prejuízo, não haverá distribuição de dividendos aos acionistas pelo segundo ano seguido, e tampouco haverá pagamento de participação de lucros a funcionários, uma decisão atípica com potencial de agitar a categoria dos petroleiros.
"Nós entendemos que em prol do esforço de recuperação da companhia, nem os funcionários e nem os acionistas farão jus... em termos de preservar o nosso caixa", declarou Bendine em entrevista a jornalistas no Rio de Janeiro, após a divulgação dos números.
O prejuízo foi ocasionado por "impairment de ativos e de investimentos, principalmente em função do declínio dos preços do petróleo e incremento nas taxas de desconto, reflexo do aumento do risco Brasil pela perda do grau de investimento, no montante de 49,748 bilhões de reais; e despesas de juros e perda cambial de 32,9 bilhões de reais", disse a empresa.
A Petrobras teria tido um lucro de 13,6 bilhões de reais em 2015 se fossem expurgados itens como o impairment, entre outros, disse o gerente-executivo de Desempenho Empresarial da Petrobras, Mário Jorge da Silva, a jornalistas.
Ainda que alguns analistas esperassem prejuízo, a média de estimativas de seis especialistas consultados pela Reuters apontava para um lucro líquido de quase 4 bilhões de reais para o quarto trimestre.

O Ebitda ajustado da Petrobras no quarto trimestre somou 17,064 bilhões de reais, ante 20,06 bilhões de reais no mesmo período de 2014, enquanto a receita da estatal atingiu 85,1 bilhões de reais, versus 85,04 bilhões de reais um ano antes. 
No ano, o Ebitda ajustado atingiu 73,9 bilhões de reais, montante 25 por cento superior ao de 2014, em função dos maiores preços de diesel e gasolina, além da redução dos gastos com participações governamentais e importações de petróleo e derivados.
A produção total da estatal somou 2,787 milhões de barris de óleo equivalente por dia, um aumento de 4 por cento em relação a 2014, com o crescimento sustentado por recordes no pré-sal.
CAIXA POSITIVO
A Petrobras informou ainda que registrou fluxo de caixa livre positivo de 15,6 bilhões de reais em 2015, ante um resultado negativo de 19,6 bilhões de reais em 2014, uma vez que as baixas contábeis não afetam o caixa e a empresa reduziu investimentos no ano passado.
Esse fluxo de caixa positivo favoreceu a redução em 5 por cento do endividamento líquido na comparação anual, para 100,379 bilhões de dólares em 31 de dezembro de 2015.
"Desde 2007, não se registrava fluxo de caixa livre positivo", ressaltou a estatal.
Os investimentos totalizaram 76,3 bilhões de reais no ano passado, 12 por cento a menos que em 2014. Em dólares, os investimentos caíram 38 por cento, para 23,1 bilhões de dólares, informou a empresa, que acrescentou que os investimentos neste ano devem ser "um pouco menor" que os de 2015.
DESINVESTIMENTOS
O presidente da companhia disse ainda que a meta de desinvestimentos para 2016 está mantida em 14,4 bilhões de dólares, em momento em que a empresa visa reduzir a sua dívida em meio à forte queda dos preços do petróleo.
"As negociações (de desinvestimento) seguem em ritmo bastante intenso, nossa carteira é bastante ampla, nosso ativos têm demonstrado procura muito forte, uns já em fase final de negociação, mas sempre preservando interesse da companhia de não vender nenhum ativo que não seja pelo seu real valor", afirmou Bendine.
Segundo ele, a perspectiva da empresa é de cumprir essa meta de desinvestimento. "Mas, caso a gente tenha um solavanco, a gente tem capacidade de caixa até pelo menos o final de 2017 para honrar todos os nossos compromissos sem necessidade de novas captações", acrescentou.
De acordo com Bendine, "isso não significa que tendo oportunidades, janelas, ou qualquer tipo de propostas que a gente tenha no mercado... para alongar prazo e reduzir custo (da dívida), nós não venhamos a fazer. Não está no nosso radar nesse momento (realizar captações), a não ser que apareçam opções vantajosas".
Fonte: Reuters (Por Roberto Samora e Marta Nogueira - Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier)
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