sábado, 26 de novembro de 2011

Cenário Econômico Semanal - 21 a 25/Novembro/2011

Mercados acumulam perdas em semana conturbada e marcada por feriado nos EUA






A quarta semana de novembro foi marcada por seguidas sessões de pessimismo nos mercados internacionais e pelo feriado do dia de Ação de Graça nos Estados Unidos, o que contribuiu para diminuir a liquidez das bolsas de todo o mundo na quinta e na sexta-feira.
O foco das atenções dos investidores ainda é a Europa e o desdobramento da crise. Além da Itália, a situação de países menores como a Bélgica, que teve sua nota cortada pela S&P e a Hungria. Portugal foi outro país que sofreu downgrade de seu rating, mas por parte da agência Fitch.
Além disso, no início da semana fracassou nos EUA a reunião do chamado “super-comitê” que iria discutir as medidas propostas pelo governo para tirar o país da crise. Dados negativos também vieram da China e Japão.
Cenário Externo
Com o feriado no final da semana, os indicadores se concentraram no começo do período, com a segunda-feira ficando reservada para os dados das vendas de casas usadas. De acordo com a Associação Nacional de Corretores de Imóveis, as vendas de casas existentes no país aumentaram em 1,4% para uma taxa com ajuste anual de 4,97 milhões, ante 4,9 milhões de setembro. Para o indicador, o mercado estimava resultado de 4,8 milhões de unidade.


Na terça-feira foi a vez dos dados da economia americana, que deve fechar o terceiro trimestre do ano com avanço de apenas 2%, contra projeção anterior de 2,5% de alta no período, informou o Departamento de Comércio do país.


Já o Federal Reserve de Richmond informou que o índice de atividade manufatureira da do distrito registrou em novembro zero pontos, o que representa uma melhora em relação aos -6 pontos de outubro. O mercado estimava resultado de 1 ponto
Na parte da tarde, Federal Reserve divulgou a ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc). De acordo com o documento, não há apoio dentro da autoridade monetária para a adoção de uma meta oficial de inflação, mesmo com o Fed se esforçando para dar mais orientações sobre o futuro das taxas de juros.
Muitos dos integrantes viram com bons olhos a ideia de estabelecer uma meta de inflação de longo prazo - que informalmente é de 2% - mais ficou decidido que, pois passaria a impressão para a população que o BC tem maior preocupação com a estabilidade dos preços do que com a geração de emprego.


Na quarta-feira, o dia que concentrou a maior parte dos indicadores, destaque para os novos pedidos de auxílio-desemprego subiram 2 mil, para total de 393 mil, informou o Departamento de Trabalho do país. O resultado veio melhor do que o esperado, de 390 mil solicitações. Os pedidos do período anterior foram revisados de 388 mil para 391 mil. Já a média das últimas 4 semanas recuou em mais de 2 mil, o mais baixo desde abril outubro de 2008.
Ainda na manhã, os gastos do consumidor americano em outubro avançaram apenas 0,1%, enquanto a renda pessoal apresentou alta de 0,4%. Os dados foram divulgados a pouco pelo Departamento de Comércio do país. O mercado estimava alta de 0,3% para ambos os indicadores.


Já os pedidos de bens duráveis apresentaram em outubro queda de 0,7%, resultado puxado pela fraca demanda na compra de aviões comerciais. Os pedidos de equipamentos elétricos e computadores também recuaram, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio do país. O mercado estimava queda de 1,0%.


A Universidade de Michigan divulgou divulgaram ainda na quarta-feira os dados do índice elaborado conjuntamente sobre a confiança do consumidor americano. Os números finais de novembro foram de 64,1 pontos, contra 64,2 da divulgação do início o mês. O mercado estimava 64,6 pontos.
Neste contexto, o Dow Jones acumulou em quatro dias de sessão perdas de 4,8% aos 11.232 pontos, enquanto o S&P 500 recou 4,7% aos 1.158,67 pontos.
Confira os gráficos:

Cenário Interno
A projeção de analistas do mercado financeiro para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2012, caiu pela quinta semana consecutiva. Desta vez, a estimativa passou de 5,56% para 5,55%. Para 2011, a projeção foi mantida em 6,48%, quase no limite superior da meta de inflação (6,5%). O centro da meta é 4,5%.
Essas projeções estão no boletim Focus, publicação semanal do Banco Central (BC), elaborada com base em estimativas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.
O principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação são as alterações na taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 11,5% ao ano. Os analistas continuam esperando por mais uma redução de 0,5 ponto percentual na última reunião de 2011 do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para os dias 29 e 30 deste mês. Para o final de 2012, foi mantida a expectativa de que a Selic ficará em 10% ao ano.
Já o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) registrou, no segundo decêndio de novembro, variação de 0,40%. No mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,50%. O segundo decêndio do IGP-M compreende o intervalo entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou elevação de 0,44%, no segundo decêndio de novembro. No mesmo período do mês anterior, registrou-se alta de 0,66%. A taxa de variação dos Bens Finais avançou de -0,24% para 0,39%. A maior contribuição para esta aceleração teve origem no subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -2,15% para 2,30%.
O IPC-S de 22 de novembro de 2011 registrou variação de 0,43%, taxa 0,05 ponto percentual (p.p.) acima da apurada na última semana. Essa foi a maior taxa, desde a primeira semana de outubro de 2011, quando o índice registrou variação de 0,50%.
A taxa de desocupação em outubro foi estimada em 5,8% para o conjunto das seis regiões metropolitanas. É a menor taxa para um mês de outubro desde a reformulação da pesquisa em 2002. Essa estimativa foi considerada estável, tanto em relação a setembro (6,0%), quanto a outubro do ano passado (6,1%). A população desocupada (1,4 milhão de pessoas) ficou estável tanto em relação ao mês anterior, quanto em comparação com outubro do ano passado. A população ocupada (22,7 milhões) não apresentou variação em comparação com setembro. No confronto com outubro de 2010, ocorreu elevação de 1,5% nessa estimativa, representando um adicional de 336 mil ocupados em doze meses.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,1 milhões) não apresentou variação significativa em relação a setembro. Na comparação com outubro de 2010, houve aumento de 7,4%, representando um adicional de 765 mil postos de trabalho com carteira assinada no período de um ano
Finalmente, o Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M) registrou, em novembro, taxa de variação de 0,50%, acima do resultado do mês anterior, de 0,20%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,27%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,25%. No índice referente a Mão de Obra, registrou-se variação de 0,73%. No mês de outubro, a taxa foi de 0,16%.
Com este cenário, o Ibovespa somou em cinco dias de pregão perdas somadas de 3,3% aos 54.894 pontos.
Confira o gráfico, além das maiores altas, baixas e as ações mais negociadas da semana:
Ibovespa
As maiores altas da semana
ATIVOCÓDIGOÚLTIMOVARIAÇÃO
MARFRIGMRFG38,8112,23%
JBSJBSS35,868,32%
COPELCPLE634,994,48%
SOUZA CRUZCRUZ323,054,11%
GAFISAGFSA35,353,28%
As maiores baixas da semana
ATIVOCÓDIGOÚLTIMOVARIAÇÃO
TELEMAR N LTMAR540,10-14,32%
USIMINASUSIM319,70-13,82%
USIMINASUSIM510,60-11,52%
LLX LOGLLXL33,11-10,89%
BMFBOVESPABVMF39,47-10,49%
Mais negociadas da semana
ATIVOCÓDIGOÚLTIMOVOLUMESEGMENTO
VALEVALE5R$ 39,002.747.654.592,00Minerais Metálicos
PETROBRASPETR4R$ 21,011.727.144.768,00Exploração e/ou Refino
ITAUUNIBANCOITUB4R$ 29,511.036.213.576,00Bancos
VALEVALE3R$ 41,48972.395.848,00Minerais Metálicos
OGX PETROLEOOGXP3R$ 13,70748.297.776,00Exploração e/ou Refino
Dólar:
A semana conturbada, como não podia deixar de ser, também foi sentida no mercado de câmbio. Com grande parte dos investidores buscando investimentos mais seguros, o dólar foi o porto seguro para boa parte deles. A alta procura pela moeda dos EUA fez com que o dólar comercial acumulasse na semana avanço de 5,9% e encerrou negociada a R$ 1,8870.
Confira o gráfico:
Dólar
Enfoque Informações Financeiras

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