sexta-feira, 25 de novembro de 2011

FALTA DE ESPERANÇA NA EUROPA FAZ TURBULÊNCIA AVANÇAR SOBRE EMERGENTES



FALTA DE ESPERANÇA NA EUROPA FAZ TURBULÊNCIA AVANÇAR SOBRE EMERGENTES

Londres, 25 - Em mais um dia de liquidez reduzida, os investidores internacionais continuam sem esperanças de um andamento positivo para a crise de dívida da zona do euro. Ao contrário, a contaminação financeira dos emergentes segue ganhando forma, em uma fase ainda mais aguda da turbulência.

As moedas dos países em desenvolvimento sentem a pressão da onda vendedora global, em meio ao processo de desalavancagem e redução da exposição ao risco em curso atualmente. O real também é atingido, tanto que o dólar chegou a ultrapassar R$ 1,90 ontem.

Como o leste europeu está muito mais exposto, acaba sendo o primeiro a sofrer maior impacto: a Hungria acaba de perder seu grau de investimento. A Moody´s, rebaixou o rating húngaro ontem à noite para Ba1, de Baa3, com perspectiva negativa. As preocupações já haviam ficado evidentes quando a Hungria solicitou recentemente ajuda externa da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional
(FMI).

"É uma vergonha ver a Hungria voltar ao rating que teve pela última vez na metade dos anos 1990, mas ela não está sozinha", disse Charles Robertson, economista-chefe global do Renaissance Capital.

O rebaixamento das notas de crédito já virou rotina no mundo desenvolvido. Ontem, foi a vez de Portugal perder o grau de investimento que tinha da Fitch. A agência cortou a nota do país para BB+, de BBB-.

O maior problema, entretanto, é o alastramento da turbulência financeira para os países centrais da Europa. Depois do abalo sofrido pela Itália, a França e a Alemanha passam pelo escrutínio dos mercados.

Como fica difícil encontrar um porto totalmente seguro, os investidores estão buscando os títulos do Reino Unido. Não que o país esteja imune - na verdade, há risco de novo mergulho recessivo e o descontentamento social provocará na próxima semana aquela que está sendo considerada a maior greve geral desta geração.

Entretanto, ao menos o país está fora do tiroteio central da zona do euro. Segundo o Barclays Capital, os yields dos títulos de dez anos da Alemanha ultrapassaram os britânicos pela primeira vez desde 2009.

Embora considerada necessária, uma articulação política para dissolver os temores não é esperada. Isso ficou ainda mais claro ontem, depois que a chanceler alemã, Angela Merkel, criticou a proposta para emissão dos eurobônus, mecanismo considerado capaz de aliviar
os problemas no longo prazo.

"Os preços dos bunds, dos papéis da periferia e dos AAA são uma indicação de que os investidores internacionais estão relutantes em possuir ativos europeus", avaliam os especialistas do Lloyds Bank.

O mercado dos Estados Unidos volta do feriado de Ação de Graças nesta Black Friday, mas com liquidez ainda estreita, já que as bolsas fecham mais cedo. Na rotina de acompanhamento da crise europeia, estão a votação do orçamento de 2012 de Portugal e um leilão de
títulos da Itália.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Educação Financeira com disciplina e inteligência.

Confira os 05 Estudos/Artigos/Notícias + acessados na semana