segunda-feira, 10 de setembro de 2012

PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Agenda segue fraca para indicar tendência do DI


   São Paulo, 10 de setembro de 2012 - Os contratos futuros de Depósito
Interfinanceiro (DI) seguem sem tendência definida para o pregão de amanhã da

BM&FBovespa, à espera da balança comercial dos Estados Unidos, que vai
revelar como anda a demanda no país, e também pela divulgação do Indice
Geral de Preços - Mercado (IGP-M) referente ao primeiro decêndio de setembro,
que será informado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

   Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, é preciso
ficar de olho na balança comercial dos Estados Unidos, pois a economia
norte-americana mostrou sinais de fraqueza e é importante analisar a demanda.
"A balança comercial dos Estados Unidos tem tido uma preocupação maior, pois
é um termômetro de como vai o comércio externo do país", destacou o
especialista.

   Para Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, amanhã a
agenda de indicadores ainda é fraca, apenas com a primeira prévia do IGP-M,
mas deve melhorar na quinta-feira, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) divulga a Pesquisa Mensal de Comércio, referente ao mês de
julho. "A semana tem uma agenda fraca. Alguns indicadores mais importantes
devem ser divulgados mais para o final da semana", disse o especialista.

   Os contratos futuros de DI encerraram o pregão de hoje da BM&FBovespa em
alta, influenciados pelas notícias do mercado externo, principalmente dos
Estados Unidos que foram anunciadas na sexta-feira, dia de feriado no Brasil.
Com isso, contrato com maior liquidez, com vencimento para janeiro de 2013 e
giro financeiro de R$ 29,438 bilhões subiu de 7,28% para 7,30%.

   "Como foi feriado no Brasil na sexta-feira, e com agenda forte nos Estados
Unidos, tivemos um movimento contrário no Brasil. O mercado ainda está
incorporando os dados de emprego divulgados na sexta-feira nos Estados Unidos",
 explicou o estrategista-chefe do Banco WestLB.

   A economia dos Estados Unidos gerou 96 mil empregos em agosto e a taxa de
desemprego diminuiu para 8,1% durante o período, de 8,3% um mês antes,
informou o Departamento do Trabalho do país na sexta-feira. Analistas esperavam
a criação de 130 mil vagas e a manutenção na taxa de desemprego em 8,3%. Em
julho, foram criados 141 mil postos de trabalho, segundo números revisados.
Originalmente, a estimativa era de 163 mil empregos gerados durante o período.

   O economista-chefe da SulAmérica Investimentos avalia que os investidores
não tiveram nenhum indicador que pudesse direcionar o mercado. "Na minha
opinião, está ocorrendo um ajuste técnico nos contratos, pois teremos
leilões do Tesouro Nacional nesta semana", afirmou o especialista.

   Amanhã e quarta-feira, o Tesouro Nacional realiza leilão tradicional e de
resgate antecipado de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B). Na
quinta-feira, o Tesouro realiza leilão tradicional de Letras do Tesouro
Nacional (LTN) e Letras Financeiras do Tesouro (LTF).

   O vencimento para janeiro de 2014 passou de 7,81% para 7,82%, com
movimentação financeira de R$ 24,353 bilhões, enquanto o vencimento para
janeiro de 2015subiu de 8,46% para 8,51%, com volume financeiro de R$ 5,470
bilhões e o contrato para janeiro de 2016 saltou de 8,82% para 8,87% (R$ 4,456
bilhões).

   O vencimento para julho de 2013 passou de 7,35% para 7,38%, com giro
financeiro de R$ 3,856 bilhões, enquanto o contrato para janeiro de 2017 elevou
de 9,09% para 9,15%, com movimentação financeira de R$ 2,709 bilhões e o
contrato para outubro de 2012 subiu de 7,35% para 7,36%, com volume financeiro
de R$ 1,759 bilhão.

   Às 18h10, o número de contratos negociados chegou a 1.037.984, queda de
27,04% em relação aos negócios registrados na quinta-feira. O volume
financeiro atingiu R$ 95,581 bilhões.

    Câmbio

   O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com queda de 0,29%,
cotado a R$ 2,0210 na compra e a R$ 2,0230 na venda. Durante o dia, a moeda
norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,0220 e a máxima de R$ 2,0280.
No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento para outubro recuou 0,34%
a R$ 2.029,500 e o contrato para novembro apresentou retração de 0,39% a R$
2.040,000.

   Rostagno explicou que a notícia sobre a realização de rodadas de compra
de títulos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano)
pressionaram as commodities, elevando as taxas dos contratos de DI e valorizando
o real frente ao dólar. "O real foi valorizado frente ao dólar no pregão de
 hoje, tudo refletido pelo preço das commodities", finalizou o especialista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Educação Financeira com disciplina e inteligência.

Confira os 05 Estudos/Artigos/Notícias + acessados na semana