RIO DE JANEIRO, 7 Nov (Reuters) - Mais uma vez puxado pelos preços dos alimentos, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 0,59 por cento em outubro, após ter subido 0,57 por cento em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
O resultado, apesar de ter vindo praticamente em linha com as expectativas do mercado, foi o maior desde abril passado, quando o indicador subiu 0,64 por cento, e o segundo mais expressivo do ano, perdendo justamente para abril.
No acumulado de 12 meses até outubro, o IPCA avançou 5,45 por cento, mostrando alta ante os 5,28 por cento de setembro, e afastando-se ainda mais do centro da meta do governo, de 4,5 por cento.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam alta de 0,58 por cento no mês passado, acumulando em 12 meses ganho de 5,44 por cento. Para a variação mensal, as projeções ficaram entre 0,53 e 0,75 por cento.
Segundo o IBGE, os preços dos alimentos subiram 1,36 por cento no mês passado. O grupo alimentação e bebidas respondeu por 54 por cento do resultado de outubro, com impacto de 0,32 ponto percentual no indicador.
O destaque em outubro foram os preços do arroz, com alta de 9,88 por cento, seguidos por carnes, com avanço de 2,04 por cento.
Dos nove grupos que compõem o IPCA, seis registraram alta superior às vistas em setembro. Os artigos de vestuário chegaram a 1,09 por cento, ante 0,89 por cento no período anterior, enquanto os artigos de residência saíram dos 0,18 por cento de setembro para 0,37 por cento em outubro.
O resultado do IPCA de outubro ficou abaixo do IPCA-15 de outubro, que havia acelerado a alta para 0,65 por cento, influenciado também por alimentos.
Os preços dos alimentos ainda sentem pressão dos efeitos da seca nos Estados Unidos, que fizeram os grãos dispararem. Entretanto, a perspectiva é de que esse movimento já está perdendo força.
Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o IGP-DI recuou 0,31 por cento em outubro, ante alta de 0,88 por cento em setembro, numa desaceleração maior do que a esperada.
O resultado do IPCA de outubro não deve mudar as avaliações dos especialistas sobre a condução da política monetária feita pelo Banco Central, que já reduziu a Selic para a mínima histórica de 7,25 por cento.
O BC já mostrou que esse ciclo, após dez cortes seguidos, chegou ao fim e, com isso, parte do mercado acredita que a taxa básica de juros vai ficar estável até o fim de 2013 e, outra, que ela poderá ser elevada no fim do próximo ano.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Sabrina Lorenzi)
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