domingo, 14 de abril de 2013

G20 considera cortar dívida para bem abaixo de 90%--documento


Por Jan Strupczewski
DUBLIN, 13 Abr (Reuters) - Os líderes financeiros das 20 maiores economias do mundo vão considerar na próxima semana em Washington uma proposta para reduzir a dívida pública no longo prazo para bem abaixo de 90 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou um documento preparado para a reunião.
A proposta, elaborada pelos co-presidentes do Grupo de Trabalho do G20 sobre o Quadro para o Crescimento, na sequência do acordo dos líderes dos países do G20 em junho do ano passado, para estabelecer metas ambiciosas de redução da dívida para além de 2016, quando, sob um acordo anterior de Toronto, em 2010, a dívida deveria parar de crescer.
"Os co-presidentes propuseram que "a longo prazo, os membros do G20 devem manejar suas políticas fiscais para alcançar um nível de dívida que está bem abaixo de 90 por cento do PIB", afirmou um documento preparado para os delegados da União Europeia para a reunião.

"Assumimos a proposta feita pelos co-presidentes sobre os objetivos fiscais como uma boa base para discussão", disse o documento, aprovado pelos ministros das Finanças da UE neste sábado e visto pela Reuters.
A própria UE, no entanto, tem um limite de endividamento mais ambicioso de 60 por cento do PIB para seus 27 membros e irá sugerir que uma meta mais baixa para o G20 seria melhor.
"Nossa experiência com ... os 60 por cento do PIB mostra a importância de uma âncora mais ambiciosa para dívida. Isso é necessário para alcançar uma trajetória de consolidação que está cuidadosamente calibrada para sustentar a recuperação", disse.
"As economias avançadas do G20 devem se comprometer com uma âncora comum de redução da dívida, incluindo os planos de ajuste fiscal que apontam para um caminho claro e crível de queda dos níveis de dívida pública", diz o documento.
Tais metas seriam fáceis para a UE, onde o nível da dívida é agora de 90 por cento, ou até mesmo para os Estados Unidos com uma dívida de cerca de 105 por cento. Mas eles poderiam ser impossíveis para países como o Japão, cuja dívida é bem acima de 200 por cento.
Para vencer a deflação e sair da estagnação econômica, o Banco do Japão lançou uma rodada mais intensa de estímulo monetário, prometendo injetar cerca de 1,4 trilhão de dólares na economia em menos de dois anos.
O G20 deve discutir os efeitos sobre as economias de mercado emergentes de afrouxamento monetário no Japão e outras economias avançadas, o ministro das Finanças do Japão Mitsuhiro Furusawa, disse na sexta-feira.
A escala maciça de estímulo do BOJ empurrou o iene para a mínima de quatro anos contra o dólar e sacudiu os preços dos títulos japoneses, com o rendimento dos títulos de 10 anos se recuperando para 0,635 por cento na sexta-feira após um piso recorde de 0,315 por cento, quando o BOJ anunciou as medidas.
A União Europeia vai avisar o G20 na próxima semana que tais políticas japonesas não são sem riscos.
"Saudamos os esforços do Japão para reativar o crescimento. Entanto, preocupações de longo prazo permanecem, diante da crescente dependência por estímulos fiscais e monetários, enquanto ousadas reformas estruturais são necessárias para enfrentar os desafios subjacentes", diz o documento.
"Tendo em vista seu elevado nível de dívida pública bruta, apoiamos medidas de consolidação orçamental no Japão, incluindo aumentos de impostos sobre o consumo previstas para 2014 e 2015".
A UE também vai incentivar a China a acelerar a liberalização do setor financeiro e reforçar a sua rede de segurança social e se mover rapidamente em direção a um sistema de taxa de câmbio determinada pelo mercado.

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