sábado, 27 de abril de 2013

Lucro da Petrobras cai 17% no 1o tri; produção recua 5%


RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 26 Abr (Reuters) - O lucro líquido da Petrobras recuou 17 por cento no primeiro trimestre, para 7,7 bilhões de reais, com a empresa registrando menores ganhos operacionais em meio à queda na produção e aumento das importações.

Maiores custos operacionais e despesas com tributação sobre o lucro também afetaram o resultado, que ainda assim veio acima dos 6,7 bilhões de reais esperados por analistas ouvidos pela Reuters.
A produção de petróleo e gás da estatal caiu 5 por cento no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2012, para 2,552 milhões de barris ao dia, devido principalmente às paradas de manutenção.
Para fazer frente à demanda interna, a Petrobras aumentou em 35 por cento as importações de petróleo, para 484 mil barris/dia. Já as importações de derivados caíram em 7 por cento, porque a empresa conseguiu elevar em 10 por cento o refino. A estatal também teve que importar mais gás natural para abastecer as usinas térmicas, acionadas por causa dos baixos níveis de reservatórios das hidrelétricas.
A Petrobras registrou um déficit entre as suas importações e exportações de petróleo e derivados de 454 mil barris/dia, volume nove vezes superior ao registrado no mesmo período de 2012, de 50 mil barris/dia.
Dessa forma, o lucro operacional caiu 16 por cento na comparação com o primeiro trimestre ante o mesmo período de 2012, para 9,84 bilhões de reais, com aumento de 6 por cento nas despesas operacionais e destaque para alta de custos exploratórios (271 milhões de reais), em função de maiores gastos com geologia e geofísica.
O custo dos produtos vendidos no trimestre somou 53,67 bilhões de reais, alta de 17 por cento na comparação com o mesmo período de 2012, com o volume de vendas no mercado interno sendo "suportado" em grande parte por maiores importações de diesel e gás natural, além de maiores gastos com produção de óleo, decorrentes do maior número de intervenções de poços e da entrada em operação de novas instalações.
"Tenho dito que a melhora do nosso fluxo de caixa não deve ocorrer somente em função de aumentos de preços, mas também de nossa eficiência operacional e da busca pela excelência em custos", disse em nota a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, acrescentando que vários programas para melhorar os resultados já foram implantados, com um deles obtendo economias de 1,3 bilhão de reais no trimestre. 
O Ebitda ajustado, indicador de geração de caixa operacional, somou 16,23 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 2 por cento em relação ao mesmo período de 2012. Pesquisa da Reuters apontava um Ebitda de 14,5 bilhões de reais.
A Petrobras disse ainda que a produção de petróleo caiu também pela interrupção da produção no campo de Frade, após um vazamento de óleo na área operada pela parceira Chevron, além do declínio natural dos campos.
O problema na área de produção só não foi maior porque os volumes produzidos no pré-sal têm sido crescentes, atingindo o patamar de 300 mil barris por dia em 20 de fevereiro.
PREJUÍZO EM ABASTECIMENTO
A receita de vendas da Petrobras somou 72,53 bilhões de reais, alta de 10 por cento ante o trimestre de 2012, após dois reajustes do diesel e um da gasolina no período. Os aumentos colaboraram para reduzir a defasagem em relação às cotações internacionais que tem afetado os últimos balanços da empresa.
Por conta do aumento do refino e dos reajustes dos preços da gasolina e do diesel no período, o prejuízo da área de Abastecimento caiu 7 por cento para 4,25 bilhões de reais, contra perdas de 4,59 bilhões de reais no três primeiros meses de 2012.
A maior utilização do parque de refino, entretanto, levou a Petrobras a reduzir as suas exportações de petróleo e derivados em 43 por cento, para 406 mil barris por dia.

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