sábado, 27 de abril de 2013

Vale fecha acordo com Argentina para sair de Rio Colorado


RIO DE JANEIRO, 26 Abr (Reuters) - A Vale fechou nesta sexta-feira acordo com a Argentina para sair do projeto de potássio Rio Colorado, após um conturbado processo que incluiu ordens da Justiça e do governo local proibindo a empresa de deixar as instalações e demitir os 6,5 mil funcionários do empreendimento.

A segunda maior mineradora do mundo assinou contrato com o governo argentino para deixar pacificamente o projeto, disse nesta sexta-feira à Reuters uma porta-voz da companhia, sem dar maiores detalhes sobre as condições do acordo.
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, já havia declarado na véspera que a companhia estava em vias de negociar sua saída "da forma mais serena e pacífica possível".
A Vale continuará com a concessão para explorar o potássio da mina por até quatro anos, conforme prevê a lei argentina, e continuará tentando vender o projeto para compensar os investimentos realizados, informou a porta-voz. E caso a empresa encontre um sócio financeiro, poderá até eventualmente retomar o projeto, acrescentou.
A maior empresa privada do Brasil anunciou decisão de suspender Rio Colorado no começo de março, após tentar negociar por meses com o governo argentino melhores condições para permanecer no projeto.
O anúncio da suspensão desagradou as autoridades do país, que dias depois ameaçaram retirar a concessão da Vale e proibiram a companhia de demitir os funcionários.
A empresa colocou o projeto em revisão em abril de 2012 devido a preocupações com inflação, impostos, infraestrutura e política cambial, segundo disse na ocasião o presidente da companhia.
A Vale já desembolsou 2,5 bilhões de dólares no projeto orçado oficialmente em 6 bilhões de dólares. Mas o total do projeto poderia chegar a 10,9 bilhões de dólares devido a aumento de custos e a novas condições econômicas, segundo estimativas de analistas. 
Mesmo em meio às incertezas sobre Rio Colorado, a Vale investiu 308 milhões de dólares no primeiro trimestre no projeto, e um total de 611 milhões de dólares estão previstos para este ano. Parte dos recursos deverão ser usados para que a empresa honre seus compromissos no país, lembraram executivos da Vale na quarta-feira em teleconferência para detalhar seu resultados financeiros.
Localizado na província de Mendoza, o projeto planejado para uma capacidade de produção de 4,3 milhões de toneladas anuais de potássio inclui, além da mina, 800 quilômetros de ferrovia e um terminal no porto de Bahía Blanca, ao sul de Buenos Aires.
Em dezembro, pouco antes de colocar os funcionários na Argentina em licença remunerada e suspender as obras, a Vale disse que estava buscando um parceiro para negociar parte do projeto e ajudar a arcar com os custos, num momento em que a mineradora tentava concentrar investimentos no seu negócio principal, de minério de ferro.
A presidente Dilma Rousseff disse na quinta-feira, após encontro com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que confiava em um acordo entre Vale e o governo daquele país.
"O diálogo é o melhor caminho para encontrar soluções. Por isso temos a convicção de que a empresa brasileira Vale... encontrará um caminho para construir o melhor acordo possível com as autoridades da Argentina", disse Dilma em uma breve declaração após a reunião.

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