quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

CÂMARA: Pedido de impeachment deve ser lido hoje em plenário (amplia)


Brasília, 3 de dezembro de 2015 - Publicado hoje no Diário da Câmara 
dos Deputados, o pedido de abertura de impeachment dos juristas Hélio Bicudo e 
Miguel Reale Jr. e da advogada Janaína Paschoal, acolhido ontem pelo presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve ser lido hoje na abertura da sessão 
plenária da Casa Legislativa. A sessão desta quinta-feira está marcada para 
14 horas.
     
    Após a leitura aos deputados, Cunha deve determinar a criação da 
Comissão Especial que vai fazer a análise preliminar da denúncia. A 
presidente Dilma Rousseff deverá ser notificada e contará com prazo de dez 
sessões (ordinárias, que exigem a presença de ao menos 52 deputados para ser 
realizada) para apresentar defesa da acusação de crime de responsabilidade 
fiscal pela prática das chamadas pedaladas fiscais já no atual mandato.
     
    O prazo para composição da comissão é de 48 horas, mas na prática ela 
só deve ser formada na segunda-feira. Ao longo do final de semana, base aliada 
e oposição devem garimpar nomes dos indicados - 66 deputados distribuídos 
entre representantes de todos os partidos e obedecida a proporcionalidade das 
urnas - de forma a garantir ainda que o comando da comissão e a relatoria dos 
trabalhos fique nas mãos de parlamentares governistas.
     
   Após a entrega da defesa da presidente da República, o colegiado tem prazo
de cinco sessões para votar o parecer orientará a abertura do processo ou 
arquivamento da denúncia. Seja qual for a decisão da comissão especial, a 
última palavra é do plenário. Para que um processo seja aberto contra Dilma 
- quem julga o processo é o Senado - são necessários votos de 342 
deputados. A votação ocorrerá 48 horas após a publicação do parecer da 
comissão especial.

   Esse trâmite do processo é o mesmo seguido pela Câmara em 1992, quando do
impeachment de Fernando Collor. O PT promete recorrer ao Supremo Tribunal 
Federal (STF) para questionar a legalidade do pedido Bicudo e se derrotado vão 
insistir na provocação à Corte Suprema para que seja o Judiciário o 
responsável pela definição de prazos do processo.

   A oposição pressiona Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional, a 
determinar a autoconvocação dos trabalhos a partir de 23 de dezembro até 1o 
de janeiro, quando é realizado o recesso parlamentar. O Legislativo só pode 
ser convocado pela presidente da República ou por Renan. Eduardo Cunha, que 
sequer integra a Mesa do Congresso Nacional, não tem poder decisório nessa 
questão.

    Fonte: Raquel Ribeiro Alves/Agência CMA

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