terça-feira, 11 de setembro de 2012

PERSPECTIVA: Espera de boas notícias da Europa deve romper os 60 mil pontos


   São Paulo, 11 de setembro de 2012 - O mercado deve deixar um pouco de lado
as especulações no pregão de amanhã e se concentrar mais no noticiário que

vem da Alemanha. A Corte Constitucional do país deve emitir seu parecer sobre a
legalidade do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês),
podendo influenciar diretamente os mercados acionários. Além disso, na
eurozona, a agência de estatísticas Eurostat publica a produção industrial
de julho.

   "O mercado espera amanhã a decisão da ESM, mas é claro que teremos um
pouco de especulação em relação à reunião do Fomc [Comitê Federal de
Mercado Aberto, na sigla em inglês], na quinta-feira. O mercado espera medidas
de incentivo na economia dos Estados Unidos após os dados de emprego terem
ficado abaixo do esperado", explicou José Ferraz, operador da LLA
Investimentos.

   Hoje, a falta de uma agenda econômica que pudesse direcionar os
investidores fez com que o mercado tivesse um dia de especulações e esperança
do anúncio de um pacote do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) para ajudar a economia dos Estados Unidos. Além disso, a
recuperação do preço do minério de ferro no mercado internacional
impulsionou a valorização das ações de Vale, que novamente teve alto volume
de negócios, beirando o R$ 1 bilhão.

   Com isso, o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, encerrou o pregão
de hoje com alta de 1,74% aos 59.422 pontos. O volume financeiro do mercado foi
de R$ 7,3 bilhões. No mercado futuro, o contrato de Ibovespa com vencimento em
outubro subiu 1,99%, aos 59.850 pontos.

   "Hoje nós tivemos um mercado diferente, com maior apetite por risco.
Estamos perto de um patamar importante dos 60 mil pontos. Passando pelos 60 mil
pontos e se nada de negativo sair, podemos alcançar os 68 mil pontos, pois as
economias vão começar a dar sinais de recuperação", acrescentou Ferraz.

   Clodoir Vieira, economista-chefe da Souza Barros Corretora, também avaliou
que os investidores esperam por notícias da Alemanha para amanhã, ressaltando
que, hoje, o Ibovespa foi influenciado por notícias internas. "Não tivemos
notícias importantes no mercado externo, apenas o resultado da balança
comercial dos Estados Unidos, que veio pouco melhor do que os analistas
esperavam. O anúncio da Dilma [Rousseff] fez com que alguns setores
apresentassem valorização, como foi o caso da Petrobras, pois o anúncio abriu
 espaço para o aumento no preço do combustível", disse Clodoir.

   A balança comercial dos Estados Unidos registrou déficit de US$ 42
bilhões em julho, após apresentar saldo negativo revisado de US$ 41,9 bilhões
em junho. As informações foram divulgadas hoje pelo Departamento do
Comércio.

   Em companhia da presidente Dilma, o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, detalhou como será aplicada a redução das tarifas de energia
elétrica. A redução média das tarifas para empresas e indústrias vai variar
de 19,7% a 28%. Já para os consumidores residenciais, vai ser de 16,2%. Em
média, a redução global será de 20,2%, dos quais 7% serão causados pelos
aportes da União e pela redução dos encargos e 13,2%, pela renovação das
concessões. Lobão anunciou que os aportes da União no setor somarão R$ 3,3
bilhões.

   As ações da Petrobras encerraram com forte alta no pregão de hoje,
repercutindo a possibilidade de um aumento dos preços dos combustíveis em
função da desoneração do setor de energia, o que alivia a pressão
inflacionária. As ações ordinárias (PETR3) subiram 2,08%, a R$ 22,48, e as
preferenciais (PETR4) valorizaram 2,30%, R$ 21,72.

   Por outro lado, o desempenho das ações do setor elétrico fincaram uma
trava no movimento de alta do Ibovespa. Os investidores estão inseguros em
relação as regras finais sobre a renovação das concessões de geração,
transmissão e distribuição de energia, que só deverão ser conhecidas em
março do próximo ano. Com isso, os papéis do setor despencaram, levando o IEE
a cair 3,45%, aos 31.539,91 pontos. Os papéis da Cemig (CMIG4) tiveram a maior
queda do dia no setor de energia e caíram 9,54%, a R$ 31,74. As ações da
Cesp (CESP6) vieram em seguida e perderam 6,92%, a R$ 27,83.

    Mercado internacional

   Os índices do mercado de ações dos Estados Unidos encerraram as
negociações desta terça-feira em alta. O Dow Jones ganhou 0,52%, em 13.323,36
pontos, e o S&P 500 subiu 0,31%,em 1.433,56 pontos. O Nasdaq Composto encerrou
praticamente estável, co ligeira variação positiva de 0,02%, em 3.104,53
pontos.

    Petróleo

   Em Londres, o Brent com vencimento em outubro subiu 0,51%, a US$ 115,40 o
barril. Em Nova York, o WTI para o mesmo mês teve alta de 0,65%, a US$ 97,17 o
barril.

    Câmbio

   O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com queda de 0,34%,
cotado a R$ 2,0140 na compra e a R$ 2,0160 na venda, na mínima do dia. A
cotação máxima da moeda norte-americana foi de R$ 2,0320. No mercado futuro,
o contrato de dólar com vencimento em outubro recuou 0,27%, a R$ 2.024,000, e o
 contrato para novembro apresentou queda de 0,14%, a R$ 2.037,000.

    Juros

   O anúncio oficial e detalhamento da redução da tarifa de energia levaram
os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) a operar em queda no
pregão de hoje, já contabilizando os efeitos que esse corte terá na
inflação e na política monetária do País.

   O contrato com vencimento em janeiro de 2013 encerrou estável em 7,30%, com
o maior giro financeiro do dia, movimentando R$ 29,935 bilhões. Em seguida
ficaram os contratos com vencimento em janeiro de 2014, com giro de R$ 20,251
bilhões, caindo de 7,82% para 7,79%. Os DIs com vencimento em julho de 2013
caíram de 7,38% para 7,37%, girando R$ 10,375 bilhões.

   O número de contratos negociados atingiu 959.878, queda de 7,6% em
relação aos negócios registrados ontem. O volume financeiro totalizou R$
86,523 bilhões.

    Agenda para amanhã (horário de Brasília)

   No Brasil, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulga o
Indice de Preços ao Consumidor do município de São Paulo (IPC-Fipe)
referente à primeira quadrissemana de setembro. O Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, a Pesquisa Industrial Mensal:
Emprego e Salário (Pimes) referente ao mês de julho.

   Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho informa, às 9h30, os preços
de importação e exportação de agosto. Em julho, os preços de importação
caíram 0,6% em relação a junho, e os de exportação subiram 0,5%. Não há
estimativas para este mês. O Departamento do Comércio divulga, às 11h, os
estoques do atacado de julho. Em junho, houve queda de 0,2% em relação a maio.
A expectativa é de aumento de 0,3%. O Departamento de Energia (DoE) divulga,
às 11h30, os estoques de petróleo da última semana.

    Não há indicadores previstos para a Ásia.

   Na Alemanha, o Escritório Federal de Estatísticas Destatis divulga, às
3h, a leitura final do índice de preços ao consumidor de agosto. Na leitura
preliminar, o índice subiu 2,0% em termos anuais. A Corte Constitucional da
Alemanha deve emitir seu parecer sobre a legalidade do Mecanismo Europeu de
Estabilidade (ESM, na sigla em inglês).

   Na eurozona, a agência de estatísticas Eurostat publica, às 6h, a
produção industrial de julho. Na última comparação houve queda de 0,6% em
junho ante maio.


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