sábado, 2 de novembro de 2013

Dólar avança 1% e volta a R$2,25, com investidores de olho nos EUA

CÂMBIO
Por Marília Carrera
SÃO PAULO, 1 Nov (Reuters) - O dólar subiu 1 por cento e superou o nível de 2,25 reais nesta sexta-feira, com investidores testando patamares mais altos depois de a moeda norte-americana ter disparado quase 2 por cento na sessão anterior por temores de que o banco central norte-americano reduza seus estímulos em breve.

O dólar avançou 1,03 por cento, a 2,2573 reais na venda, com volume de negócios de 753 milhões de dólares, segundo dados da BM&F. É o maior nível para a divisa desde 27 de setembro, quando ficou em 2,2575 reais. Na máxima do dia, a divisa alcançou 2,2636 reais.
"A gente está vendo uma forte aversão a risco motivada pela não sinalização do Fed sobre redução dos estímulos", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Sinais sobre o futuro do programa de recompra de bônus do Federal Reserve devem continuar guiando as cotações da moeda norte-americana nas próximas sessões, mantendo investidores particularmente atentos a dados sobre a economia dos EUA.
Por meio desse programa, o Fed injeta 85 bilhões de dólares por mês na economia dos EUA. Parte destes recursos geralmente se dirige a mercados emergentes, em busca de rendimentos maiores.
Na véspera, a moeda dos Estados Unidos teve forte alta de 1,93 por cento, para 2,2343 reais, o maior nível de fechamento desde 27 de setembro.
O forte movimento da quinta-feira, ampliado pela rolagem parcial dos contratos de swap cambial tradicional com vencimento nesta sessão e pela formação da Ptax de outubro, quebrou diversos pontos de resistência técnica, estimulando investidores a testarem patamares mais elevados para a moeda norte-americana.
Apesar disso, especialistas acreditam que o Banco Central não realizará outras intervenções além daquelas previstas em seu programa de atuações diárias no mercado de câmbio. Segundo eles, o dólar deve retornar nos próximos dias ao nível de 2,20 reais, considerado um patamar de equilíbrio pelo mercado.
Pela manhã, o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, ressaltou que o programa iniciado em agosto não tem data para acabar.
Embora o BC tivesse dito que as intervenções no câmbio durariam pelo menos até o final do ano, as declarações do diretor sugerem que a autoridade monetária está mais inclinada a continuar o programa no ano que vem.
Nesta sexta-feira, o BC deu prosseguimento ao programa de intervenções com mais um leilão de linha. Foram vendidos até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 6 de março de 2014.
"Com certeza, o movimento de alta da última sessão e desta manhã foi exagerado", afirmou o operador de um banco nacional.
"O mercado deve trabalhar em torno de 2,20 reais, considerando que a gente também tem expectativa de entrada de recurso pelo leilão de Libra", acrescentou ele, referindo-se ao pagamento de bônus de 15 bilhões de reais que o consórcio vencedor, que inclui empresas estrangeiras, terá de bancar neste mês.

(Reportagem adicional de Bruno Federowski)

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