sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Dólar cai pelo 3º dia seguido e volta a R$2,38, com fluxos de entradas

Por Bruno Federowski
SÃO PAULO, 6 Fev (Reuters) - O dólar fechou em queda nesta quinta-feira pelo terceiro dia seguido, indo ao patamar de 2,38 reais, num movimento de ajuste do mercado e em reação a fluxo de entrada de divisas, mas com investidores ainda sob a expectativa da divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, no dia seguinte.

A moeda norte-americana recuou 0,70 por cento, a 2,3832 reais na venda, após bater 2,4145 reais na máxima e 2,3771 reais na mínima da sessão. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,9 bilhão de dólares.
"Existe um certo otimismo com o real se comparado com outras moedas emergentes... É um movimento (do dólar agora) de ajuste, de realização", afirmou o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo dos Santos. "Nós temos juros elevados", acrescentou ele, em referência à Selic em 10,50 por cento, que tem potencial para atrair investidores de fora.
Analistas citaram ainda uma operação de entrada de divisas que levou o dólar a anular a leve alta vista durante a manhã e inverter o sinal no início da tarde.
Ajudou ainda o arrefecimento na ansiedade com ativos de mercados emergentes nos últimos dias e que continuou nesta sessão. O dólar recuava contra outras moedas emergentes, como o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano.
Nas últimas duas semanas, países em desenvolvimento viram seus mercados sofrerem fortes oscilações diante da onda de mau humor global.
"O cenário externo está mais calmo, tirando um pouco daquela pressão compradora de dólares", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
O mercado continuou sob a expectativa da divulgação da taxa de desemprego e da geração de postos de trabalho nos Estados Unidos, indicadores que podem trazer pistas de como o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai gerenciar a redução dos estímulos via compra de títulos.
"A grande expectativa do mercado são os dados de amanhã. De uma forma ou de outra, o mercado está ajustando as expectativas a isso", afirmou o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que o número de pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, ajudando a melhorar um pouco o humor. Contudo, investidores continuaram cautelosos após o emprego no setor privado divulgado na véspera mostrar fracos resultados.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares. Foram 500 contratos para 1º de agosto e 3,5 mil para 1º de dezembro deste ano, em operação com volume equivalente a 197 milhões de dólares.
Após o fechamento do pregão, o BC anunciou novo leilão para sexta-feira nas mesmas condições, com até 4 mil swaps com vencimento em 1º de agosto e 1º de dezembro.
Além disso, deu o primeiro passo na rolagem dos swaps que vencem em 5 de março, vendendo a oferta total de até 10,5 mil contratos, todos com vencimento em 2 de janeiro de 2015. Mas não vendeu os contratos para 1º de outubro de 2014. Com isso, rolou cerca de 7 por cento do lote total para o próximo mês, equivalente a 7,378 bilhões de dólares.
Para sexta-feira, o BC ofertará de novo até 10,5 mil contratos de swaps, com os mesmos vencimentos, em sua segunda rodada de leilões para essa rolagem.

"O BC deve manter o plano de voo e rolar todos os swaps. Isso ajuda a diminuir a pressão que aconteceu no momento de volatilidade das moedas emergentes", afirmou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

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