quinta-feira, 20 de março de 2014

CONSTRUÇÃO: Possibilidade de bolha imobiliária é afastada pelos bancos

   São Paulo, 20 de março de 2014 - A qualidade da carteira de crédito
imobiliário, que possui a menor taxa de inadimplência do sistema financeiro,

os indicadores econômicos de emprego, a renda em ascensão e a sólida
regulamentação dessas operações no País são citados como os principais
argumentos das instituições financeiras para afastar a hipótese de bolha
imobiliária. Mais recentemente, a desaceleração natural do aumento dos
preços nos mercados mais aquecidos, reforça o potencial de crescimento do
setor.

   Para o chefe da unidade do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro
(DENOR) do Banco Central (BC), Sérgio Odilon dos Anjos, as operações de
financiamento imobiliário apresentam um bom nível de garantia e baixa
inadimplência, com participação pequena do Produto Interno Bruto (PIB). "Nos
últimos dez anos, houve crescimento de quase 7 pontos percentuais do crédito,
passando de 1,3% do PIB para 8,5%, no ano passado. Mas o potencial de
crescimento é maior", afirmou durante o Seminário de Crédito Imobiliário
promovido pelo "Valor Econômico", em São Paulo.

   Nos países que compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) a participação do financiamento de imóveis no PIB é de
60%, e em países da América Latina, como o Chile, esse montante é de 20%. O
chefe do DENOR acrescenta que cada vez mais essa modalidade conquista
importância nas operações financeiras do País. Sobre os preços dos
imóveis, ele destacou que a aceleração que ocorreu foi natural, mas que em
muitas localidades do País, a concorrência faz com que o aumento dos preços
comecem a desacelerar lentamente.

   Para o diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal,
Teotonio Costa Rezende, o nível da taxa de inadimplência é um dos principais
fatores que comprovam a ausência de bolha imobiliária. "A média de atrasos
superiores a 90 dias é de apenas 1,4% do total da carteira do País, e na
Caixa, esse percentual está bem alinhado com o mercado". Além disso, foi
destacado o tamanho do déficit habitacional, que atinge 5,6 milhões de
famílias, sendo a maior parcela delas no Sudeste (36,9%), seguido pelo Nordeste
(35,1%), Sul (10,5%), Norte (10%) e Centro-Oeste (7,5%), que tem o menor
déficit de unidades habitacionais.

   "Mecanismos como a alienação fiduciária e patrimônio de afetação
deixam o sistema financeiro do setor mais seguro. O Banco Central também
monitora de perto e constantemente a evolução dessa modalidade", diz o
presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Manoel Félix Cintra
Neto. O executivo reforça que a evolução dos indicadores econômicos como
taxa de desemprego baixa e maior estabilidade no mercado de trabalho, são
fatores que podem estimular os consumidores a investirem na compra do primeiro
imóvel.

    Alexandre Melo / Agência CMA

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