sexta-feira, 25 de novembro de 2011

EXCLUSIVO: BRASKEM E PETROPERÚ PLANEJAM POLO PETROQUÍMICO DE US$ 3 BI


 EXCLUSIVO: BRASKEM E PETROPERÚ PLANEJAM POLO PETROQUÍMICO DE US$ 3 BI


São Paulo, 24 - A brasileira Braskem e a estatal Petroperú pretendem construir um complexo petroquímico na região Sul do país vizinho. O projeto, estimado em aproximadamente US$ 3 bilhões, faz parte de um amplo plano do governo peruano de industrializar a área a partir do
uso do gás natural. Segundo estimativas do governo local, a região entre as cidades portuárias de Illo e Matarani deve receber investimentos de aproximadamente US$ 16 bilhões para viabilizar a instalação de um complexo industrial, composto por fábricas de metanol, amônia e ureia, além de uma termelétrica, entre outros projetos.

O polo petroquímico começa a sair do papel nesta quinta-feira, quando executivos da Braskem e da Petroperú assinam um memorando de entendimento, em cerimônia que também contará com a presença de representantes do governo peruano. O documento formaliza a intenção das parcerias de analisar opções para viabilizar o projeto, composto por uma fábrica de até 1,2 milhão de toneladas anuais de eteno e capacidade equivalente de polietileno (PE), produto utilizado na fabricação de plásticos.

Maior fabricante de resinas das Américas, a Braskem ingressa no projeto com a pretensão de ser controladora da unidade. O governo peruano já sinalizou que pretende ser sócio do polo, com participação de 20%. Fatia semelhante poderá ficar com empresas locais de menor porte ou até mesmo com sociedades formadas por fundos de pensão peruanos, os quais têm obrigação de destinar parte dos recursos para investimentos no próprio país.

Com essa estrutura societária, o plano de construção de um complexo peruano deve finalmente sair do papel, após diversas tentativas sem êxito. Em uma delas, feita em 2008, antes da crise na economia mundial, Braskem e Petroperú se juntaram à Petrobras para tentar viabilizar a unidade, mas a limitação de gás natural na área explorada pela estatal brasileira em território peruano impediu o avanço do projeto.

A nova iniciativa, por sua vez, surge com maior robustez graças à construção de dois dutos que devem ligar a região de exploração de gás Las Malvinas ao Sul do Peru. "Falamos hoje de um projeto mais amplo no qual os dutos são fundamentais para o desenvolvimento do
país", ressalta o diretor de Negócios Internacionais da Braskem para a América do Sul, Sérgio Thiesen.

As duas redes serão responsáveis pelo escoamento de gás natural e insumos líquidos, entre eles o etano, material para produção do eteno. O projeto de construção de uma malha de dutos, avaliado em cerca de US$ 5 bilhões, foi concedido à norte-americana Kuntur e terá
a também brasileira Odebrecht (principal acionista da Braskem) como responsável por sua viabilização.

Graças a essa malha de dutos, o fornecimento de insumos para o polo industrial será garantido, não pelas atividades de exploração e produção da Petrobras como previsto anteriormente, mas por um grupo de empresas que destinarão o insumo ao Sul do país. A previsão é de que os gasodutos estejam concluídos por volta de 2016. Dois anos depois deve entrar em operação o polo petroquímico a ser gerenciado pela Braskem, caso seja confirmada a viabilidade técnica, econômica e empresarial por parte das duas futuras sócias. Essa análise deve estar concluída até o final de 2012.

Segurança

Apesar de ainda estar em fase inicial de análise, o projeto petroquímico é encarado como fundamental no processo de industrialização da região Sul do país e no movimento de internacionalização da Braskem. A petroquímica brasileira já opera fábricas nos Estados Unidos e
na Alemanha - graças a aquisições realizadas nos últimos dois anos - e está em processo de construção de um complexo semelhante no México, em parceria com a empresa local Idesa.

Para o executivo, o projeto em parceria com a Petroperú, além de fundamental do ponto de vista mercadológico, uma vez que o país andino não possui fábricas de polietilenos, é também atrativo sob a ótica da parceria com o Peru. "É um país que tem grau de investimento, excelente relação com a economia internacional e grande facilidade na obtenção de recursos externos", afirma o diretor da Braskem. "Por isso não será difícil definir (a estrutura de capital) do projeto", completa Thiesen, que desde dezembro do ano passado coordena as operações sul-americanas da Braskem a partir da capital peruana.

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