sexta-feira, 25 de novembro de 2011

EXCLUSIVO: BRASKEM JÁ VÊ POLO VENEZUELANO COMO TERCEIRA OPÇÃO NA AL


EXCLUSIVO: BRASKEM JÁ VÊ POLO VENEZUELANO COMO TERCEIRA OPÇÃO NA AL


São Paulo, 24 - A assinatura de um memorando de entendimento entre a Braskem e a Petroperú e as perspectivas de atratividade do projeto no país andino são mais um revés para o plano venezuelano de construir um polo petroquímico. Anunciada em 2007, a parceria entre a Braskem e a estatal Pequiven para a construção de um complexo na região de Jose perdeu espaço a partir de 2009 para o projeto da petroquímica brasileira de ingressar no México. Agora, o polo peruano também ganha maior relevância do que a unidade venezuelana,
tendência que deverá ser confirmada assim que a viabilidade do complexo for comprovada.

A unidade peruana deverá atender o mercado de países como Chile, Equador e Colômbia, além do Peru. De acordo com o diretor de Negócios Internacionais da Braskem para a América do Sul, Sérgio Thiesen, a demanda por polietileno (PE) nessa região deverá saltar de atuais 500 mil toneladas para aproximadamente 1 milhão de toneladas anuais em 2018, ano em que deve entrar em operação o polo. "O projeto visa atender a região do Pacífico na América do Sul", destaca.

O complexo a ser construído em parceria com a Pequiven, formado por uma fábrica de eteno e unidades de produção de PE, também tinha como objetivo atender essa região, além da costa oeste dos Estados Unidos e a Europa. "Se forem confirmadas as condições que estamos analisando no Peru, outros projetos poderão vir em um horizonte mais extenso", afirma Thiesen, indicando que o projeto de construção de uma central petroquímica na Venezuela não deverá sair do papel tão cedo.

Neste momento, a prioridade da Braskem no país é viabilizar uma fábrica de polipropileno (PP), projeto também anunciado em 2007. A unidade, entretanto, já passou por diversas mudanças, inclusive em relação à origem da matéria-prima e localização. Com previsão inicial de operação no segundo semestre de 2010, a fábrica hoje sequer possui um cronograma estabelecido oficialmente.

Concorrência

A preferência dada pela Braskem ao México e ao Peru tem diversas origens. Além do perfil semelhante dos projetos, com capacidade anual de aproximadamente 1 milhão de toneladas de eteno e parceria com empresas locais, e da condição política mais estável dessas países, ambas as nações enfrentam escassez de matéria-prima. No Peru, a demanda atual de aproximadamente 100 mil toneladas anuais é atendida basicamente por importações, a partir de países como China e Coreia do Sul, além do Brasil.

Apesar da possível concorrência direta com a produção asiática, o polo peruano da Braskem pode se mostrar bastante competitivo, e não apenas por conta da proximidade com o mercado consumidor sul-americano. "O gás no Peru é mais rico em líquidos. A relação de etano no gás natural é de 10%", explica Thiesen, lembrando que em outras regiões do mundo essa relação fica entre 4% e 5%.

Outra diferença importante é o equacionamento da matéria-prima. Mais de quatro anos depois do anúncio de possível parceria com a Pequiven, a Braskem ainda negocia com a sócia e com o governo venezuelano alternativas para solucionar a questão do fornecimento do gás natural. No Peru, o problema também existia, mas a construção de gasodutos e o desejo do governo local de viabilizar investimentos na região Sul do país devem contribuir para equacioná-lo. "Antes falávamos em um projeto que poderia ser inferior a 1 milhão de toneladas anuais, e agora já falamos em no mínimo 1 milhão de toneladas", explica o diretor da Braskem. "Os fundamentos do projeto estão bastante sólidos", complementa.

A solidez citada por Thiesen vem principalmente do gasoduto que será construído no País, e que garantirá o escoamento de gás natural para a região Sul do território peruano. No passado, sem esse projeto e sem a definição de que o fornecimento de gás natural deverá ser garantido por diferentes empresas, o projeto no país era visto com ceticismo, inclusive por executivos da própria Braskem. 

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