quarta-feira, 6 de junho de 2012

IPCA sobe 0,36% em maio, menos que o esperado--IBGE


RIO DE JANEIRO, 6 Jun (Reuters) - A inflação oficial do país desacelerou mais do que o esperado no mês passado, acumulando alta de menos de 5 por cento em 12 meses, sob a influência dos preços de cigarros e despesas pessoais.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,36 por cento em maio, após alta de 0,64 por cento em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Trata-se do menor resultado para meses de maio desde 2007, quando o indicador subiu 0,28 por cento.
No acumulado de 12 meses até maio, o IPCA avançou 4,99 por cento no mês passado, mostrando queda ante os 5,10 por cento de abril, e registrando o menor nível desde setembro de 2010, quando acumulava alta de 4,70 por cento.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam uma alta de 0,42 por cento no mês passado, acumulando em 12 meses alta de 5,04 por cento. Para a variação mensal, as projeções variaram entre 0,37 e 0,48 por cento.
De acordo com o IBGE, os preços dos cigarros, embora ainda tenham respondido por 0,04 ponto percentual do IPCA do mês passado, ajudaram a aliviar o indicador. Isso porque, em abril, o aumento havia sido de 15,04 por cento e, no mês passado, a alta recuou para 4,64 por cento.
Os preços dos cigarros aumentaram por conta da recente elevação de tributos feita pelo governo nestes produtos.
O IBGE também destacou o grupo Despesas Pessoais, que teve alta de 0,60 por cento em maio, contra 2,23 por cento no mês anterior. Dentro desse grupo, os empregados domésticos tiveram papel importante ao registrarem alta de 0,66 por cento ante 1,86 por cento em abril.
O grupo que apresentou o resultado mais elevado foi o de Vestuário, mesmo mostrando diminuição no ritmo de crescimento dos preços, cuja alta passou de 0,98 para 0,89 por cento no período.
A alta dos preços já havia dado sinais de arrefecimento. O IPCA-15 -considerado uma prévia da inflação oficial- de maio havia registrado avanço de 0,51 por cento em maio, segundo divulgou o IBGE no dia 22 de maio passado. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado e ajudou a reforçar as perspectivas de mais reduções na Selic.  
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu pela sétima vez seguida a taxa básica de juros, para o menor nível histórico de 8,50 por cento ao ano. E o mercado acredita que mais baixas virão, podendo ir a 8 por cento.
Os esforços para reduzir ainda mais a Selic fazem parte de uma atuação mais ampla do governo para estimular a economia brasileira. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que a economia brasileira deve crescer entre 3 e 4 por cento neste ano, abaixo da projeção inicial de 4,5 por cento.
Por conta disso, o governo tem adotado medidas de estímulo fiscal e monetário e já adiantou que pode fazer uma nova rodada de redução de tributos para estimular o investimento.
Na semana passada, o IBGE informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre, quando comparado com o quarto trimestre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Educação Financeira com disciplina e inteligência.

Confira os 05 Estudos/Artigos/Notícias + acessados na semana